Resultado veio abaixo do esperado pelo mercado, mas representa uma aceleração frente ao avanço de 3,2% registrado do 2º trimestre. País se recupera gradativamente do impacto da pandemia do coronavírus. Caminhões transportam contêineres de carga em um cais da cidade de Qingdao, na província de Shandong, no leste da China, no dia 25 de setembro Chinatopix/AP A economia da China cresceu 4,9% no 3º trimestre de 2020 em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (19). O resultado ficou abaixo das expectativas dos analistas consultados pela agência de notícias Reuters, que previam alta de 5,2%. Os dados divulgados nesta segunda mostram que o avanço do Produto Interno Bruto (PIB) do gigante asiático é de 0,7% nos primeiros nove meses do ano na comparação com 2019, enquanto a maioria das principais economias do mundo continuam sofrendo as consequências da pandemia de Covid-19. Mesmo abaixo do esperado, o resultado do 3º trimestre mostrou uma aceleração frente ao avanço de 3,2% registrado do 2º trimestre, na comparação com o mesmo período do ano passado. A segunda maior economia do mundo tem se recuperado gradativamente do baixo crescimento observado nos primeiros meses do ano, quando a China foi impactada pela pandemia e registrou um tombo de 6,8%. O governo chinês implementou uma série de medidas, como aumento do gastos fiscais, redução de impostos e cortes nas taxas de empréstimos para estimular a economia e garantir o empregos. As bolsas da China fecharam em baixa nesta segunda-feira, repercutindo o resultado do PIB abaixo do esperado. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, recuou 0,8%, enquanto o índice de Xangai teve queda de 0,7%. Os índices haviam saltado 1,2% e 1%, respectivamente, antes de mudar de curso. Principais países têm previsão de queda para 2020 A China deve ser a única grande economia a registrar crescimento neste ano. O Fundo Monetário Internacional (FMI) projeta um crescimento de 1,9% para o PIB da China em 2020, bem abaixo do avanço de 6,1% registrado em 2019. O gigante asiático é o primeiro país a retomar a atividade econômica, graças a um "confinamento estrito, testes de detecção em larga escala e o acompanhamento dos casos de contato", afirmou à AFP o analista Ting Lu, do banco de investimentos Nomura. Em relatório divulgado no dia 13, o FMI passou a estimar um tombo de 4,4% para a economia global este ano – uma melhora em relação à estimativa de junho, que via uma queda de 4,9%. Para os EUA, por exemplo, a projeção é de uma queda de 4,3% em 2020. Para a Alemanha, a previsão é de um tombo de 6%. Já para o Reino Unido o FMI estima uma retração de 9,8%. Veja as projeções do FMI para as principais economia do mundo PIB da China cresce 4,9% no 3º trimestre de 2020 na comparação com o mesmo período de 2019 Perspectivas As vendas no varejo chinês cresceram 3,3% em setembro ante o ano anterior, acelerando ante um ganho modesto de 0,5% em agosto e registrando o crescimento mais rápido desde dezembro de 2019. Já a produção industrial cresceu 6,9% após um aumento de 5,6% em agosto, mostrando que a recuperação do setor foi ganhando impulso. O investimento em ativos fixos aumentou 0,8% nos primeiros nove meses em relação ao ano anterior, retornando ao crescimento anual pela primeira vez este ano. No setor imobiliário, o investimento aumentou 12% em setembro em relação ao ano anterior, o ritmo mais rápido em quase um ano e meio, proporcionando um suporte fundamental para o investimento mais amplo. "A economia da China continua no caminho da recuperação, impulsionada por uma recuperação nas exportações. Os gastos do consumidor também estão indo na direção certa, mas não podemos dizer que o país se livrou completamente do obstáculo causado pelo coronavírus", disse Yoshikiyo Shimamine, economista-chefe do Instituto de Pesquisa Dai-ichi, em Tóquio. "Há o risco de que o retorno dos bloqueios na Europa e outra onda de infecções nos Estados Unidos prejudiquem os gastos dos consumidores e gerem mais perdas de empregos, o que seria negativo para a economia chinesa." Veja vídeos de Economia: