De acordo com a associação que representa 290 companhias aéreas no mundo, o setor não deve registrar um saldo de caixa positivo até 2022
O setor aéreo vai queimar US$ 77 bilhões de caixa (usar o dinheiro em caixa para sustentar suas operações) durante o segundo semestre de 2020, ou quase US$ 13 bilhões por mês, a despeito de terem reiniciado suas operações. A estimativa foi divulgada nesta terça-feira (6) pela Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata), que representa 290 companhias aéreas no mundo.
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De acordo com a entidade, a recuperação lenta do setor aéreo no mundo fará com que as empresas tenham uma queima de caixa de US$ 5 bilhões a US$ 6 bilhões por mês em 2021. De acordo com a Iata, o setor não deve registrar um saldo de caixa positivo até 2022.
No segundo trimestre, estima a Iata, o setor aéreo queimou US$ 51 bilhões de caixa. No período, as companhias aéreas reduziram suas despesas em aproximadamente 50%, mas a receita caiu 80%.
No segundo trimestre, as companhias aéreas adotaram uma série de medidas para reduzir custos, incluindo manter aviões parados nos aeroportos, redução na oferta de voos e rotas e a dispensa de centenas de milhares de funcionários.
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Alexandre de Juniac, presidente da Iata, observou que governos em todo o mundo já ofereceram US$ 161,9 bilhões em apoio ao setor aéreo, incluindo subsídio ao pagamento de salários, ajuda direta e isenção de impostos.
O executivo acrescentou que a maior parte dessas ajudas expiram neste fim de ano, o que pode dificultar a recuperação das companhias aéreas, já combalidas pela pandemia. A Iata estima que, na média, as empresas aéreas têm caixa suficiente para 8,5 meses de operação.
“A crise é mais profunda e mais longa do que qualquer um de nós poderia ter imaginado. E os programas de suporte iniciais estão se esgotando. Hoje devemos acionar o alarme novamente. Se esses programas de suporte não forem substituídos ou estendidos, as consequências para uma indústria já prejudicada serão terríveis”, afirmou Juniac.
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