'Mafalda: Feminino singular' será lançado em 10 de dezembro, 2 meses após morte do autor. Antologia reúne histórias em que personagem questiona espaço da mulher no mundo. Mafalda e Quino Reuters/Eloy Alonso Em meio à comoção pela morte de Quino, Mafalda – sua mais famosa criação – se prepara para chegar às livrarias brasileiras, mais feminista do que nunca. "Mafalda: Feminino singular", uma antologia com tirinhas em que a personagem questiona o papel e o espaço da mulher no mundo, será lançada no país pela editora Martins Fontes no dia 10 de dezembro (veja abaixo três historinhas selecionadas para o livro). No idioma original, a obra foi publicada pela editora espanhola Lumen no ano passado. A versão traduzida para o português sairá pouco mais de dois meses depois da morte do cartunista argentino, de 88 anos, que criou sua garotinha politizada quando ainda era um jovem publicitário, nos anos 1960. Famosos lamentam a morte de Quino; veja repercussão "Essa feminista em formação tenta emancipar seu corpo dos papéis atribuídos a seu gênero, e vasculha em seu próprio corpo analogias do mundo", diz um dos prefácios da edição brasileira, escrito por Maria Clara Carneiro. Tirinha do livro 'Mafalda: Feminino singular', que será lançado em dezembro no Brasil Divulgação/Martins Fontes Tirinha do livro 'Mafalda: Feminino singular', que será lançado em dezembro no Brasil Divulgação/Martins Fontes Tirinha do livro 'Mafalda: Feminino singular', que será lançado em dezembro no Brasil Divulgação/Martins Fontes Abaixo a opressão e a sopa! Mafalda, cuja primeira publicação completou 56 anos nesta segunda-feira (29), conquistou fãs ao redor do mundo ao questionar opressões, sob o olhar de uma garotinha de seis anos. A fã incondicional de Beatles sempre se preocupou em combater as desigualdades e a sopa no jantar. Em várias de suas histórias, aparece em embates com a mãe, cujo sacrifício ao lar é visto por ela como covardia e até burrice. Morre cartunista argentino Quino, criador da Mafalda "Enquanto a amiga Susanita acredita que até seu dedo indicador foi feito para 'dizer sim' aos homens, e projeta carreiras para filhos que ainda nem pode ter, Mafalda parte para a agressão contra 'Eles', contra a amiga e contra a mãe", continua o prefácio. "Nossa protagonista não admite as posições 'delas', não admite o 'obscurantismo' patriarcal, muito menos os valores kitsch da ideia de família." Mafalda foi apresentada aos brasileiros na publicação infanto-juvenil "Patota", em 1973, quando Quino já havia decidido parar de desenhá-la. Nos dez anos que passou com a personagem, Quino produziu quase 2 mil tirinhas de Mafalda. Seus livros foram traduzidos para mais de 30 idiomas. Ela também ganhou um filme, lançado em 1982.