Com queda de 90% no faturamento, microempresário decidiu se tornar MEI e reduzir os custos fixos. Empresa muda de categoria para diminuir custos e sobreviver durante a crise
A pandemia do coronavírus deixou muitas microempresas no vermelho, com queda no faturamento. Mas antes de decidir fechar as portas, é possível mudar a categoria do negócio e, assim, reduzir os custos fixos.
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A crise derrubou 90% do faturamento do empresário Miguel Maria Barcena. Ele é instalador de alarmes e cercas elétricas há mais de 40 anos. No sufoco, encontrou uma saída: mudar a categoria de microempresa para microempreendedor individual (MEI).
O negócio do Miguel está longe de faturar o teto da categoria, que é de R$ 360 mil por ano. Aliás, com a pandemia, não está conseguindo nem faturar o limite da MEI, que é de R$ 81 mil.
Ao mudar de microempresa para MEI, ele vai deixar de pagar R$ 1 mil por mês em impostos e taxas, para ter uma despesa única de R$ 60 mensais.
Fazer a transição de categoria pode ajudar o empreendedor a sobreviver. “Vou reduzir para manter a empresa trabalhando, porque se eu continuasse como microempreendedor, daqui quatro, cinco meses, eu teria quebrado. O custo era muito grande pra pouca nota. Como MEI não tem tanto imposto, posso emitir notas fiscais e só pagar as taxas de serviços”, explica Miguel.
Para o consultor contábil Wagner dos Reis, essa decisão é possível e recomendável em uma situação como a atual, mas para fazer a mudança de categoria da empresa, é preciso se enquadrar nas condições da lei.
“Os critérios do MEI são: faturamento acumulado em 12 meses de R$ 81 mil, não pode ter sócio, tem que ser empresário individual. A migração de microempresa para MEI tem que estar enquadrada no Simples Nacional e não pode ter dívida com a Receita Federal”, orienta o consultor.
Se quiser manter o CNPJ, o empresário só poderá fazer a mudança em janeiro. Caso contrário, terá que fechar a microempresa e só depois abrir a MEI.
“Eu entendo que as vantagens de manter o CNPJ seriam os cadastros que esse empresário já tem no mercado. Ele tem contas bancárias, fornecedores e já existe ali o histórico de operações daquele CNPJ. Até credibilidade com o cliente, de uma empresa já algum tempo constituída, dá uma boa visibilidade no mercado”, explica Wagner.
Miguel não pode esperar e já pediu para o contador fechar sua microempresa. Agora, ele vai virar MEI com vantagens. “Com menos custo, mais lucro para poder gastar em outras coisas e fazer investimentos na própria empresa”, afirma.
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Consultor Wagner Mendes dos Reis
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