Aeronaves deste modelo deixaram de voar na maior parte do mundo após dois graves acidentes, na Indonésia e na Etiópia. O jato Boeing 737 MAX poderá receber permissão de autoridades para retomada de voos em novembro e voltar ao serviço até o final do ano, afirmou nesta sexta-feira (25) o chefe da agência europeia de segurança de aviação.
"Pela primeira vez em um ano e meio eu posso dizer que há um fim previsto para os trabalhos sobre o MAX", disse Patrick Ky, diretor-executivo da Agência de Segurança de Aviação da União Europeia (Easa).
A agência espera retirar a ordem de suspensão de voos do avião "não muito depois" de decisão semelhante da agência norte-americana de aviação (FAA), provavelmente em novembro. Apesar disso, aprovações nacionais para a retomada de voos de companhias aéreas que operam a aeronave podem levar mais tempo, afirmou.
"Estamos prevendo para novembro", disse ele quanto questionado quando a suspensão técnica dos voos do MAX será retirada. A China deve levar mais tempo para conceder sua própria permissão, acrescentou sem dar mais detalhes.
Acidentes
Em março de 2019, um Boeing 737 MAX da Ethiopian Airlines que voava da capital da Etiópia, Adis Abeba, para Nairobi, no Quênia, caiu matando todas as 157 pessoas a bordo. O voo ET 302 caiu minutos após decolar.
Em outubro de 2018, outro avião do mesmo modelo já havia sofrido um acidente: a aeronave da companhia aérea Lion Air, com 189 pessoas, caiu no mar de Java poucos minutos após levantar voo do aeroporto de Jacarta.
Bimotor de corredor único, o Boeing 737 MAX é uma versão do avião comercial mais vendido no mundo. Trata-se da quarta geração do 737 – é destinada a voos curtos e de médio alcance. O primeiro voo é de 2016, e a aeronave começou a ser entregue há três anos.
Desde os acidentes, as aeronaves deste modelo deixaram de voar na maior parte do mundo.
Relembre abaixo o acidente na Etiópia:
Governo da Etiópia divulga primeiro relatório oficial sobre acidente com Boeing 737-MAX 8
Foco do trabalho
O principal foco do trabalho das autoridades sobre o MAX tem sido uma evidência obtida em caixa preta que mostra que dados comprometidos de voo de um único sensor de ângulo de voo fez o sistema de software do avião ser ativado fazendo dois jatos do modelo repetidamente apontarem o nariz para baixo e sobrecarregando equipes de pilotos. Centenas de pessoas morreram em duas quedas da aeronave antes que seus voos fossem interrompidos por autoridades do mundo todo.
A Boeing tem afirmado que dados de ambos os sensores de ângulo de ataque do MAX serão usados na versão modificada do avião, em vez de apenas um como anteriormente. Mas e Easa pede que um terceiro sensor seja usado para fornecer dados de forma independente.
Ky disse que a Boeing aceitou a instalação do terceiro sensor computadorizado na próxima versão do avião, o 737 MAX 10, para 230 passageiros. Adequações no restante da frota existente serão feitas em seguida.
Falando sobre o próximo produto da Boeing, Ky disse que a Easa vai avaliar o desenvolvimento do 777X, para 400 passageiros, "muito mais atentamente" e que vai dar especial atenção aos sistemas de controle de voo da nova aeronave.
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