Para pesquisador, proximidade do fim dos programas de auxílio, lenta recuperação da confiança dos consumidores e desemprego elevado sugerem cautela para os próximos meses. O Índice de Confiança do Comércio avançou 3 pontos em setembro, passando de 96,6 para 99,6 pontos, segundo divulgou nesta quinta-feira (24) a Fundação Getulio Vargas. Com a quinta alta mensal consecutiva, o indicador retomou o nível pré-pandemia.
“Em setembro, a confiança do comércio manteve a trajetória positiva iniciada em maio, alcançando o nível pré-pandemia. A alta, assim como no mês anterior, foi influenciada pela melhora da percepção com o momento presente e pelo aumento gradual das expectativas em relação aos próximos meses", afirmou Rodolpho Tobler, Coordenador da Sondagem do Comércio da FGV IBRE.
Apesar da percepção mais favorável do setor sobre a recuperação do volume de vendas, o pesquisador afirma que o otimismo sobre os próximos meses ainda é cauteloso em razão da "proximidade do fim dos programas de auxílio, lenta recuperação da confiança dos consumidores e cenário desafiador do mercado de trabalho".
Em setembro, a confiança subiu em quatro dos seis principais segmentos do Comércio. Houve melhora tanto percepção do momento presente quanto nas expectativas. O Índice de Situação Atual (ISA-COM) avançou 4,6 pontos, para 106,6 pontos, atingindo o maior valor desde maio de 2013 (107,0 pontos). Já o Índice de Expectativas (IE-COM) subiu 1,1 ponto para 92,4 pontos, registrando o maior valor desde o início da pandemia.
Em médias móveis trimestrais, o indicador apresenta crescimento de 5,1 pontos.
"A recuperação, além de heterogênea entre os segmentos, também tem apresentado diferenças nos horizontes pesquisados. Enquanto o ISA-COM do terceiro trimestre mais do que recupera o que foi perdido na crise, o IE-COM ainda está 8,6 pontos abaixo do nível do primeiro trimestre, sugerindo que ainda há incerteza sobre a continuidade do ritmo de recuperação do setor", destacou a FGV.
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