Na parcial do ano, rombo das contas externas é de US$ 8,53 bilhões, queda de 75% em relação a 2019. Investimentos estrangeiros diretos recuaram 41% na parcial do ano. As contas externas registraram superávit de US$ 3,721 bilhões em agosto deste ano, segundo números divulgados pelo Banco Central nesta quarta-feira (23). Esse foi o quinto mês seguido de resultados positivos.
O resultado de transações correntes, um dos principais do setor externo do país, é formado pela balança comercial (comércio de produtos entre o Brasil e outros países), pelos serviços (adquiridos por brasileiros no exterior) e pelas rendas (remessas de juros, lucros e dividendos do Brasil para o exterior).
A melhora no resultado das contas externas neste ano é fruto do saldo positivo da balança comercial brasileira, que tem sustentado bons números em meio à pandemia de Covid-19, principalmente por conta da queda de importações.
Além disso, déficits menores nas contas de serviços e renda também têm sido registrados, em razão do desaquecimento da economia mundial e do fechamento de fronteiras – este último fator contribuiu para o menor gasto de brasileiros no exterior em 16 anos em agosto.
Segundo o BC, na parcial dos oito primeiros meses deste ano, a conta de transações correntes registrou um déficit de US$ 8,539 bilhões, o que representa uma queda de 75% frente ao mesmo período do ano passado (-US$ 34,020 bilhões).
Em todo ano passado, o déficit das contas externas do Brasil subiu 22%, para US$ 50,762 bilhões.
Para todo ano de 2020, a expectativa do Banco Central é de um déficit menor das contas externas, de US$ 13,9 bilhões, por conta da pandemia do novo coronavírus. Se confirmado, será o melhor resultado em 13 anos.
Investimento estrangeiro
O Banco Central também informou que os investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira somaram US$ 26,957 bilhões de janeiro a agosto deste ano. Com isso, houve queda de 41% frente ao mesmo período de 2019, quando somaram (US$ 46 bilhões).
Mesmo assim, os investimentos estrangeiros foram suficientes para cobrir o rombo das contas externas no acumulado deste ano (US$ 8,539 bilhões).
Quando o déficit não é "coberto" pelos investimentos estrangeiros, o país tem de se apoiar em outros fluxos, como ingresso de recursos para aplicações financeiras, ou empréstimos buscados no exterior, para fechar as contas.
Somente em agosto, os investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira somaram US$ 1,430 bilhão, com forte recuo frente ao mesmo mês de 2019 – quando totalizaram US$ 9,524 bilhões.
Em todo ano passado, os investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira somaram US$ 78,559 bilhões, com pequena alta frente ao ano anterior.
Para 2020, o Banco Central estima um ingresso de US$ 55 bilhões em investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira.