Federação defende continuidade da paralisação e agendou assembleias com sindicatos e profissionais. Para Tribunal, greve não foi abusiva. Movimentação em agências dos Correios na cidade de Curitiba (PR), nesta sexta-feira (18). EDUARDO MATYSIAK/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Apesar do reajuste salarial de 2,6% anunciado na tarde desta segunda-feira (21), os funcionários dos Correios não devem encerrar a greve iniciada em 17 de agosto. A Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Similares (FENTECT) agendou assembleias com os sindicatos filiados na manhã desta terça-feira (22) e com os profissionais da categoria no período da tarde para definir sobre a continuidade da paralisação. Greve dos Correios: o que fazer se o pedido está atrasado? "Para nós, a greve continua. Não dá para aceitar o que os ministros do TST fizeram conosco. Amanhã, não vamos voltar ao trabalho, vamos debater o que vai acontecer com a gente", afirmou José Rivaldo da Silva, secretario-geral da federação. Na avaliação de Rivaldo, a decisão do TST que obriga os trabalhadores a retomarem as atividades nesta terça-feira, com uma multa diária de R$ 100 mil, foi de "cunho político, não jurídico". Greve não foi abusiva Nesta segunda-feira, o TST decidiu que a greve não foi abusiva. Com isso, metade dos dias de greve será descontada do salário dos empregados. A outra metade deverá ser compensada. Relatora do processo no TST, a ministra Kátia Arruda votou contra a declaração da greve como abusiva – o que levaria ao desconto integral das horas não trabalhadas. A magistrada disse que a paralisação foi a única solução encontrada pelos trabalhadores, diante do fato de que a empresa tinha retirado praticamente todos os direitos adquiridos da categoria. “É a primeira vez que julgamos uma matéria em que uma empresa retira praticamente todos os direitos dos empregados”, afirmou. Em comunicado divulgado na noite desta segunda-feira, os Correios afirmaram que o TST determinou o encerramento da greve e que desde julho "tentaram negociar os termos do acordo coletivo, em um esforço para fortalecer as finanças da empresa e preservar sua sustentabilidade. Vídeo: Veja mais informações sobre os Correios Greve dos trabalhadores dos Correios causa transtorno na entrega de encomendas em Salvador