Índice da FGV que calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil acumula alta de 13,98% no ano e de 17,03% em 12 meses. Os preços do atacado continuaram pressionando e o Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) passou a subir 4,34% em setembro, ante alta de 2,53% no mês anterior, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
Com este resultado, o índice acumula alta de 13,98% no ano e de 17,03% em 12 meses.
O IGP-10 calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre os dias 11 do mês anterior e 10 do mês de referência.
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que mede a variação dos preços no atacado e responde por 60% do índice geral, acelerou a alta a 5,99%, de 3,38% em agosto.
Todos os grupos componentes do IPA registraram aumento em suas taxas de variação em setembro, com o destaque sendo as Matérias-Primas Brutas, que aceleraram a alta de 6,45% em agosto para 11,17% em setembro.
"O IPA segue influenciado pelos preços de grandes commodities tais como minério de ferro (16,01%), soja (13,47%) e milho (15,20%)", disse em nota André Braz, coordenador dos índices de preços. "Juntos esses produtos responderam por 48% da alta do indicador nesta apuração."
No varejo, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-10), que responde por 30% do índice geral, subiu 0,46% em setembro, depois de um avanço de 0,48% no mês anterior.
O grupo de Saúde e Cuidados Pessoais passou de ganho de 0,50% em agosto para queda de 0,34% este mês, dando a maior contribuição para a desaceleração do IPC-10.
O Índice Nacional de Custo da Construção-10 (INCC-10) registrou em setembro alta de 0,80% contra ganho de 1,01% em agosto.
"Da forma que estão os dados nos parece que estamos numa espécie de sinuca de bico, ou seja, se a economia de fato crescer muito desta inflação irá vazar do atacado para o varejo o que cria preocupações com a dinâmica dos juros", avaliou o economista-chefe da Necton, André Perfeito.
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