Oficializado no grupo a partir de 1988, o cantor fluminense ajudou a propagar repertório cultuado por duplas sertanejas da atualidade. Parrerito, cantor do Trio Parada Dura, morre aos 67 anos, em Belo Horizonte (MG) Divulgação ♪ OBITUÁRIO – É natural que muita gente pense que o cantor sertanejo Eduardo Borges (20 de junho de 1953 – 13 de setembro de 2020), o Parrerito, era mineiro. Afinal, além de residir em Contagem (MG), município da região metropolitana conhecida como Grande BH, o artista pavimentou a trajetória profissional em Minas Gerais, precisamente em Belo Horizonte (MG), cidade onde Parrerito morreu na noite de domingo, 13 de setembro, aos 67 anos, em hospital da capital, vítima de complicações da infecção pelo covid-19. Mas Parrerito – que sai de cena imortalizado no Brasil sertanejo como umas vozes do Trio Parada Dura – nasceu em São Fidélis (RJ), município fluminense, assim como o irmão Élcio Neves Borges (1942 – 1998), o Barrerito. As carreiras dos irmãos são indissociáveis. A partir de 1975, Barrerito foi integrante da segunda e mais importante formação do Trio Parada Dura, grupo formado em 1973 pelo cantor e músico mineiro Carlos Alberto Ribeiro (1942 – 2015), o Mangabinha. Parrerito somente entrou no Trio Parada Dura – provisoriamente em 1982 e em caráter definitivo a partir de 1988, na terceira formação do grupo – porque o irmão Barrerito sofreu acidente de avião, em setembro daquele ano de 1982, que o deixou paraplégico e desestimulado a continuar no trio, preferindo partir para carreira solo para se sentir mais independente. Trio Parada Dura posa com a última formação do grupo, composto por Creone (à esquerda), Parrerito e Xonadão (com a sanfona) Divulgação Desde 1988, Parrerito passou a ser oficialmente uma voz desse Brasil sertanejo e sentimental propagado pelo Trio Parada Dura. É raro uma dupla ou cantor sertanejo gravar disco e fazer show com sucessos do gênero sem incluir uma música do repertório do Trio Parada Dura, grupo que fez sucesso nas décadas de 1970 e 1980, pelos interiores periféricos do Brasil, com som sertanejo impregnado de influências das músicas paraguaia e mexicana, sem tanto apego às tradições caipiras que moldaram o gênero a partir dos anos 1930. As Andorinhas (Darci Rossi, Alcino Alves e Rosa Quadros, 1987), Homem de pedra (Correto e Creone, 1978), Castelo de amor (Nenzico, Creone e Barrerito, 1975), Fuscão preto (Atílio Versuti e Jeca Mineiro, 1981), O doutor e a empregada (Roniel e Augusto Alves Pinto, 1983) e Telefone mudo (Franco e Tião Carreiro, 1981) são músicas associadas a esse trio sertanejo em carreira que teve nota desafinada a partir dos anos 2000. É que litígio entre Mangabinha e Parrerito (apoiado pelo integrante Creone) pelos direitos do uso do nome Trio Parada Dura foi parar na Justiça e causou dissidência no grupo. Por ser então o único remanescente da formação original do trio que fundou, Mangabinha ganhou no tribunal o direito da marca. Parrerito e Creone então se juntaram ao sanfoneiro Xonadão e passaram a se apresentar como o Trio do Brasil. Só que, em 2015, com a morte de Mangabinha, a família do artista cedeu para Parrerito os direitos do nome Trio Parada Dura. É como um legitimo integrantes do Trio Parada Dura que Parrerito sai de cena para ficar na história da música sertaneja.