Cantora de 'Vem me satisfazer' reclama da falta de lançamentos. Pandemia interferiu, mas novos clipes vão sair, diz Kondzilla. G1 mostra histórias de artistas que nasceram nos anos 2000. MC Ingryd teve um dos maiores hits do carnaval 2020, mas chega ao segundo semestre ansiosa e pensando que a carreira na música pode não continuar. A cantora de 19 anos explodiu com "Vem Me Satisfazer", assinou com a produtora Kondzilla em dezembro, mas reclama que não lança músicas desde maio. "Essas pessoas, essas gravadoras se interessam muito nos artistas que já estão estourados e têm interesse no royalty da música, não no artista", afirma Ingryd ao G1. "Se tivesse interesse no artista, pelo menos no meu caso, se tivessem interesse em mim, eu estaria trabalhando no momento, mas eu não estou." Ouça acima trechos da entrevista no podcast. Conheça 5 artistas brasileiros nascidos nos anos 2000 Nesta semana, o G1 mostra bastidores e carreira de artistas nascidos nos anos 2000: do funk de Don Juan e Ingryd à MPB de Agnes Nunes, passando pelo sertanejo (Julia e Rafaela) e pelo pop (Carol e Vitória). "Eu estou na Kondzilla desde dezembro do ano passado e até hoje eu não tive um planejamento de carreira, que é o mínimo que uma gravadora oferece para um artista", reclama. Ingryd diz que está "congelada" e que tem um EP e oito músicas prontas para serem lançadas. Entre a entrevista e a publicação dessa reportagem, houve uma reunião da cantora e da gravadora e eles definiram que clipes serão gravados em setembro. "A KondZilla Recods já esta programando os próximos lançamentos da cantora, incluindo a gravação de novos clipes", afirmou a empresa quando questionada pelo G1 sobre os próximos lançamentos de Ingryd. A pandemia também foi usada como argumento para o tempo sem músicas novas. "Não poderíamos gravar quando começou a pandemia e hoje tomando todos os cuidados conseguimos na medida do possível", explica a gravadora paulista. Mc Ingryd fala sobre sonhos e artistas preferidos na música Arte G1 Sucesso na 1ª música "Vem Me Satisfazer" é o primeiro funk que MC Ingryd escreveu na vida e já tem mais de 100 milhões de visualizações, somados o clipe que fez com o produtor Henrique da VK e o remix de brega-funk, primeiro clipe lançado pela Kondzilla. Além das versões originais, a música tem mais de 50 remixes não-autorizados, segundo a cantora carioca. Ela diz que já faturou cerca de R$ 100 mil com o hit. Ingryd conta que "na emoção" assinou um contrato de 10 anos sem ler e aconselha outros jovens artistas: "O maior erro do artista como eu assim, novo, que entra no mundo da música, é assinar o contrato sem ler. Gente, tem que ler o contrato, porque as vezes ali tá escrito que você deve sua vida e você não sabe". "Muitos artistas, que chegaram agora no mesmo tempo que eu, caíram nessa enrascada de assinar com gravadora que só quer usar, usufruir da música que já tem estourada, não quer saber se tem um planejamento pra você. Ele só quer saber do dinheiro daquela música ali e ponto final." MC Ingryd Reprodução/Instagram/MC Ingryd Quando questionada se consegue ter voz, opinar nas decisões da carreira como outras artistas 2000 ouvidos pelo G1, Ingryd continua o desabafo: "A minha carreira, eu sinto que não é minha. Se eu pudesse tomar as decisões, eu já estava lançando música, eu estava fazendo clipe, mas não depende só de mim sabe?". Pensando em desistir O cenário confuso na gravadora e a pandemia do novo coronavírus afetaram o psicológico de Ingryd, tanto que ela está pensando em desistir da carreira na música. "Com tudo isso que vem acontecendo até hoje comigo, a única vontade que eu tenho é desistir. Eu só não desisto porque eu sei que tem gente que gosta do meu trabalho, que eu tenho fãs que realmente gostam de mim", afirma. "Vou falar para você que se alguém chegasse hoje e falasse assim: Ingryd, vamos ali fazer uma faculdade de gastronomia e abrir um restaurante bolado, eu ia", continua. Antes do hit, Ingryd era confeiteira, mas não pensa em voltar para o mercado de bolos neste momento. Depois da reunião, a cantora começou a falar nas redes sociais sobre as novidades que vem por aí e parece mais animada com a carreira. Sem apoio da família Mc Ingryd posa com o namorado Reprodução/Instagram da cantora Ingryd aprendeu a cantar na igreja, mas diz que após começar a cantar rap com amigos na Villa Kennedy e depois foi para o funk nunca teve apoio da família. Mc Ingryd emplaca funk 'Vem me satisfazer' aos 19 anos, após aprender a cantar na igreja "Lá na família da minha avó eles nunca aceitaram. Vou dar um exemplo, às vezes eu estava indo pro estúdio fazer música com esses meus amigos e eles falavam que eu estava fazer alguma coisa que não devia", explica. "Já tive depressão por conta da rejeição da família e acho que isso atrapalha muito na vida de qualquer pessoa. Você tá indo ali correr atrás do teu sonho, ai a tua família está falando que tu está indo sei lá fumar maconha, se prostituir eram coisas desse tipo que eu ouvia". Ingryd diz que tem um temperamento forte e que não se dava muito bem com a família: "Até hoje é difícil de conviver com as pessoas com esse jeito meu, sou muito impulsiva. Tudo tem que ser na minha hora, vamos dizer mimada. É um defeito meu que eu não gosto". Hoje ela mora com o noivo, o cara para quem escreveu "Vem Me Satisfazer", na Villa Kennedy no Rio. Ela está reformando uma casa para viver com o futuro marido. Para escrever, ela diz que escuta músicas e beats, cria em cima e depois manda para o produtor montar a base nova e finalizar. Nessas horas de pesquisa, ela conta que ouve muito Alcione, Ludmilla e a colombina Karol G.