Gravação é a primeira amostra do disco 'Pernamblack', gravado há 14 anos, mas nunca lançado oficialmente. ♪ Com capa que expõe arte de Sandro Menezes, o single Pátria de saia – recém-lançado por Michael Sullivan e promovido neste Dia da Independência do Brasil, 7 de setembro – é inédito no mercado fonográfico, mas faz parte de álbum gravado há 14 anos pelo artista e nunca editado. Nascido Ivanilton Souza Lima no Recife (PE) há 70 anos e criado em Nazaré (PE), na Zona da Mata pernambucana, terra do maracatu, o cantor e compositor decidiu gravar em 2006 um álbum em que conciliasse o apego à black music com o groove da música de Pernambuco. “Foi um chamado à minha regionalidade que pulsa latente o tempo todo”, recorda o artista, a respeito desse disco intitulado Pernamblack. Produzido por André Dessandes, esse álbum conectou Sullivan com parceiros como Carlinhos Brown e Dudu Falcão. Finalizado o álbum, formatado com colaborações de nomes da cena indie carioca (Digital Dubs, Dom Negrone, Funk You e MC DubMaster), Sullivan chegou a divulgar Pernamblack em 2007 entre amigos, mas nunca distribuiu oficialmente o disco no mercado fonográfico. Até que, neste ano de 2020, Sullivan decidiu enfim mostrar Pernamblack para o publico, dando passo inesperado de caminhada profissional que deu projeção ao artista nos anos 1970, como cantor de músicas em inglês, e o fez ser um dos maiores donatários das paradas da década de 1980, como compositor de obra popular criada em parceria com o letrista Paulo Massadas. Capa do single 'Pátria de saia', de Michael Sullivan Arte de Sandro Menezes Para trazer o álbum Pernamblack à tona, Sullivan convocou o produtor musical André Dessandes para restaurar as bases gravadas em 2006. A partir dessas bases, uma nova master foi produzida com a ajuda do produtor e engenheiro de som Bruno Giorgi. Gravado com a adesão do rapper carioca Dom Negrone e de Marruri Leite Machado, representante dos povos indígenas originários da tribo Funi-ô, o single Pátria de saia é a primeira amostra desse disco. No entender do compositor, a música aborda “relação tóxica de amor e sofrimento” com o Brasil. “Todos nós acabamos por sentir o peso de viver nessa terra, independente de raça, gênero, credo ou ideologia. Na minha visão, a pátria é como uma mãe. Já imaginou ser traído pela sua própria mãe? Há algum tempo é assim que venho me sentindo e essa canção carrega esse tom”, explica Michael Sullivan.