Ministro da Economia afirmou em agosto que Senado cometia 'crime' ao derrubar veto de Bolsonaro a aumento para servidores. Ele falou nesta terça (1º) durante audiência pública. O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta terça-feira (1º) que a declaração dada em agosto, em que acusou senadores de cometerem "crime contra o país" ao derrubarem um veto do presidente Jair Bolsonaro a reajuste de servidores, foi "muito mais um lamento que uma ofensa".
Guedes apresentou a nova versão durante audiência pública na comissão mista do Congresso que acompanha as medidas de combate ao novo coronavírus.
Em 19 de agosto, Guedes criticou a decisão do Senado e disse ainda que a derrubada do veto era "um péssimo sinal", pois liberava reajustes a servidores durante a pandemia, apesar do crescimento do rombo nas contas públicas devido às despesas extras para fazer frente aos efeitos do coronavirus na saúde e na economia.
A decisão do Senado, porém, foi revertida pela Câmara, que manteve o veto do presidente.
Senadores convidam Paulo Guedes para explicar declaração sobre crime na derrubada de veto
As declarações, porém, levaram os senadores a aprovar um convite, apresentado pelo presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), para que o ministro compareça a uma sessão e dê explicações.
Nesta terça-feira, Guedes afirmou que a declaração foi apenas uma "força de expressão".
"Eu disse que foi um crime contra o Brasil, me referindo ao voto, e não aos senadores, ao Congresso", disse Guedes. "Estava me referindo a um voto específico que tornava possível esse crime, que é uma forma de expressão, transformar um dinheiro da saúde em aumento de funcionalismo", declarou.
O ministro da Economia também afirmou que se sentiu "absolutamente abandonado e isolado" com a decisão do Senado Federal de derrubar o veto do presidente Jair Bolsonaro ao reajuste de salários de servidores durante a pandemia do coronavírus.
"O que os senhores ouviram foi um lamento, uma decepção de uma pessoa. Me senti absolutamente abandonado e isolado [com a derrubada do veto]", disse Guedes.
"Peço a compreensão de vários senadores. Pediram que eu fosse ao Senado, não tenho problema nenhum em ir ao Senado, mas não vejo que eu tenha ofendido a qualquer senador. Me referi ao voto. Que jamais se confunda um lamento por um voto com a avaliação que eu tenho feito, sistematicamente, da importância de um senado reformista que tem aprovado medidas importantes para o Brasil. É uma ofensa que eu jamais faria", concluiu o ministro.