Com a chegada de ao menos 150 pessoas, navio Sea Watch 4 tem agora por volta de 350 passageiros. Tripulante acompanha navio Louise Michel, em foto divulgada neste sábado (29) Reprodução/Twitter Responsáveis pelo navio "Louise Michel", financiado pelo artista de rua britânico Banksy, informaram na noite deste sábado (29) que cerca de 150 migrantes na embarcação foram transferidos a outro navio, o Sea Watch 4, no Mediterrâneo. Segundo a tripulação, depois da transferência ao navio da SeaWatch, não restaram mais migrantes a bordo da embarcação de Banksy. Os ativistas pedem que esses solicitantes de refúgio sejam acolhidos em algum país europeu. (ATUALIZAÇÃO: esta reportagem foi atualizada às 08h10 de domingo (30) com o número de pessoas resgatadas do barco de Banksy. Foram cerca de 150, e não 200, segundo as informações publicadas pela tripulação do navio). Mais cedo, a Guarda Costeira da Itália havia resgatado 49 pessoas em situação frágil. Segundo a tripulação do "Louise Michel", a informação inicial era de que havia 219 migrantes resgatados pelo navio, incluindo os que estavam a bordo e os 33 que aguardavam resgate em um bote. Não está claro qual era a situação exata do navio e do bote no período entre o resgate pela guarda italiana e a transferência para o Sea Watch 4. Com a transferência, o Sea Watch 4 tem agora 350 pessoas a bordo, aproximadamente, segundo os tripulantes do "Louise Michel". "Mas não acabou: queremos um lugar seguro a todos os sobreviventes, agora", disseram. Falta de ajuda Foto deste sábado (29) mostra o navio 'Louise Michel', financiado pelo artista Banksy, com quase 200 pessoas a bordo no Mar Mediterrâneo. Twitter @MVLouiseMichel via AFP Segundo o jornal britânico "The Guardian", havia água entrando no outro bote, que estava na zona de resgate de Malta. Vários passageiros estão feridos. Uma pessoa morreu. Apesar de reconhecer o resgate, a tripulação criticou a falta de ajuda europeia. Eles afirmam ter feito várias tentativas de contato com autoridades de resgate marítimo em Malta e e na ilha italiana de Lampedusa, além de uma na Alemanha. Foto, retirada de um vídeo neste sábado (29), mostra o navio de resgate 'Louise Michel', do artista de rua Banksy, no Mar Mediterrâneo. TWITTER ACCOUNT MVLOUISEMICHEL / AFP "A Guarda Costeira italiana resgatou 49 dos sobreviventes mais vulneráveis! Isso é ótimo – e nos deixa com a maioria ainda esperando", disseram. No ano passado, um dos navios do SeaWatch ficou à deriva na costa da Itália por mais de duas semanas com dezenas de refugiados líbios a bordo, até que a capitã decidiu atracar o navio à força em solo italiano. Resgates Foto, publicada na sexta-feira (28) pela tripulação do navio 'Louise Michel' no Twitter, mostra refugiados resgatados do mar a bordo da embarcação. TWITTER ACCOUNT MVLOUISEMICHEL / AFP Na quinta-feira (27), os tripulantes anunciaram, no Twitter, o resgate de 89 migrantes da Líbia que estavam no Mar Mediterrâneo. No dia seguinte, eles resgataram outras 130 pessoas, incluindo mulheres e crianças. Incluindo os tripulantes, a quantidade de pessoas no navio chegou a 229 pessoas. A capacidade máxima é de 120. Antes do resgate pela Guarda Costeira Italiana, neste sábado, a tripulação escreveu no Twitter que não conseguia mais mover o navio, por causa da superlotação e do bote junto dele. Os tripulantes afirmaram que a Europa ignorou os pedidos de ajuda. "As autoridades responsáveis continuam sem dar resposta", disseram, na madrugada de sábado. Ainda antes do resgate, os tripulantes narraram as dificuldades a bordo. "A tripulação conseguiu manter #LouiseMichel estável por quase 12h. Nossos novos amigos nos disseram que já perderam 3 amigos em sua jornada. Incluindo o cadáver em nosso único bote salva-vidas, isso faz 4 vidas desaparecerem por causa da Fortaleza Europa… E ainda estamos esperando", disseram. A primeira missão de resgate do navio foi em meados de agosto.