O macho tem maior rendimento de carcaça e é mais aceito pelos compradores, mas, nos últimos 12 meses, o preço da fêmea subiu até mais do que o do boi: quase 38%. Mercado aquecido para o boi gordo faz aumentar o abate de vacas em Mato Grosso
Com o preço do boi nas alturas e uma demanda forte, especialmente do mercado externo, os pecuaristas de Mato Grosso começaram a engordar e abater as fêmeas de suas fazendas. É um jeito de suprir a falta de boi e, ao mesmo tempo, aproveitar o bom valor pago pela arroba.
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Em uma propriedade de 63 mil hectares, em Diamantino, no médio norte do estado, a escolha foi por engordar somente fêmeas.
"Esse gado, a média que a gente comprou, o valor da arroba foi pago em torno de R$ 90 a R$ 100. A gente acredita que consiga comercializar a arroba perto de R$ 175 a R$ 180", diz Guilherme Argenta, gerente da fazenda.
O macho tem maior rendimento de carcaça e é mais aceito no mercado, mas, nos últimos 12 meses, o preço da vaca subiu até um pouco mais do que o do boi: quase 38%.
Nesta semana, a arroba da vaca gorda foi vendida em Mato Grosso por quase R$ 200. A do boi, por mais de R$ 200.
Historicamente, as vacas representam entre 30 e 40% o total do gado abatido em Mato Grosso. Mas, nos últimos 2 anos, esse percentual subiu, ficando perto da casa dos 50%. Ou seja, quase a metade do gado abatido no estado era fêmea.
Porém isso pode representar um risco para quem faz a cria, recria e engorda desses bichos.
"Quanto mais novilhas a gente abate, menos matrizes a gente vai ter para reposição. A gente começa a descartar as vacas e não vamos ter como repor essas fêmeas no mercado", alerta Daniella Bueno, diretora da Acrimat, a associação de criadores de MT.
O preço do bezerro disparou. "Ano passado, nessa mesma, época girava em torno um machinho aí de R$ 1.550 a R$ 1.650. E hoje está em torno (…) de R$ 1.900 a R$ 2.000", diz Sidney Carvalho, especialista na compra desses animais.