Diretor executivo do organismo para o Cone Sul, Sergio Chodos, afirmou que único propósito do país é pagar integralmente a dívida Manifestantes protestam contra o governo da Argentina, em Buenos Aires Agustin Marcarian/Reuters A Argentina busca concretizar um novo programa com o Fundo Monetário Internacional (FMI) com o único objetivo de devolver os quase US$ 44 bilhões que recebeu da entidade durante o governo do ex-presidente Mauricio Macri, disse nesta quinta-feira (27) o diretor executivo do organismo para o Cone Sul. Em 2018, Macri negociou com o FMI um contrato de crédito no valor de US$ 57 bilhões como parte de um plano fracassado para deter o colapso do peso argentino e evitar um novo calote da dívida. A Argentina recebeu US$ 44 bilhões desse acordo antes que o atual governo do presidente Alberto Fernández, que assumiu o cargo em dezembro do ano passado, cancelasse o programa. "A intenção da Argentina é buscar financiamento do FMI com o único propósito de pagar integralmente os US$ 44 bilhões que ainda são devidos ao Fundo", disse Sergio Chodos, diretor executivo do FMI para o Cone Sul e representante argentino na entidade. Argentina congela tarifas de internet e telefone até o fim do ano Enquanto isso, o país sul-americano espera conseguir fechar nesta semana a reestruturação de cerca de US$ 65 bilhões em dívida soberana em poder de credores externos. A Argentina não deve buscar uma redução de dívida pelo FMI. Nas negociações com credores privados, estes concordaram em receber menos do que o prometido quando compraram títulos da Argentina, que afirma não poder honrar esses compromissos integralmente sem piorar sua já abalada economia. Na quarta-feira (26), o Ministério da Economia disse em nota que Fernández comentou em conversa com a diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, "que o futuro programa entre Argentina e FMI respeita os objetivos de recuperação econômica e resolve os problemas sociais mais urgentes".