Game da franquia de MMA melhora experiência de antecessor e foca em modo carreira, mas continua a sofrer para recriar disputas agarradas. O novo game com a principal marca do MMA no título, "UFC 4", justifica a janela de apenas dois anos desde o antecessor com uma evolução clara e sonora na luta em pé e um foco maior no modo carreira. Mas, como tradição é importante, ainda não se encontrou quando o combate vai ao solo. O quarto jogo da franquia da EA foi lançado nesta sexta-feira (14) para Xbox One e PlayStation 4. Assista ao trailer de 'UFC 4' Evolução na trocação "UFC 4" dá continuação às melhorias implementadas no game anterior, com boa movimentação em pé e golpes que realmente parecem encaixar no adversário. Entre socos, chutes, cotoveladas e joelhadas na cabeça ou no corpo, a evolução do combate nunca pareceu tão natural. E o reflexo dos desgastes de saúde e de vigor nos próprios atletas poderiam até dispensar as barras do painel de jogo. O grande momento do combate, do nocaute, também melhorou, já que o lutador realmente parece apagar. Infelizmente, em alguns casos a queda ainda dá a impressão de ser apenas a resposta a um comando, principalmente quando a guarda está levantada e o perdedor apenas desaba porque a barranha de resistência a danos da cabeça se esvaziou. 'UFC 4' Divulgação Foco na carreira Ao abandonar o modo Ultimate Team, "UFC 4" teve mais tempo para desenvolver seu modo carreira. Os jogadores podem criar seus próprios lutadores através de um complexo sistema, que vai além da aparência e oferece opções de estilo de luta. O começo funciona como um breve tutorial sobre os combates, com combates focados em cada um dos fundamentos, tanto em pé quanto no chão. Ele dá uma noção básica de como funcionam, em especial o novo sistema simplificado de transição de posições no solo. O problema é que a novidade, por mais que ajude os inexperientes, deixa qualquer um à mercê do adversário. Para piorar, com ela não é possível atingir objetivos de alguns dos treinamentos, que recompensam com pontos que usados para melhorar o lutador. Por isso, é recomendado que mesmo aqueles que preferem o combate em pé troquem o sistema nas configurações para o modo legado. Ele é muito mais complexo e exige um pouco de conhecimento prévio, mas oferece muito mais controle sobre as ações. No fim, todo o sistema de luta agarrado ainda sofre muito, e o sucesso no ataque e na defesa parece um tanto aleatório – mesmo depois de assistir aos vídeos que aprofundam as técnicas. Pelo menos as diferentes características do lutador evoluem também através de seu uso. Ou seja, quanto mais jabs forem encaixados, mais fortes e poderosos eles se tornam. A carreira vai além dos combates e oferece opções como uso de redes sociais para promover as lutas e criar rivalidades com adversários e até o aprendizado com nomes clássicos do UFC, como Jon Jones ou Glover Teixeira, para adquirir seus golpes clássicos. É possível também aprofundar o relacionamento com esses atletas, por mais que isto sirva apenas para diminuir o custo de suas sessões de sparring. A arena de Kumite é novidade no 'UFC 4' Divulgação Ainda dá pra melhorar "UFC 4" tem novidades o suficiente para justificar os dois anos desde o terceiro. Além da evolução no combate e na carreira, modos de jogo como o do clássico Kumite (uma arena underground inspirado no filme "O Grande Dragão Branco"), que remetem a games de luta clássicos são belas adições à franquia, que se livrou de alguns dos pesos-mortos. Mesmo assim fica um gosto de que também não seria exagero investir um pouco mais em algumas coisas, como as narrações repetitivas ou às personalidades de cada lutador. Principalmente, o que mais dá para sentir falta em um game de MMA é um nível de excelência nos combates no chão. Para ser justo, ele ainda não foi atingido por nenhum game das artes marciais mistas, mas o sistema atual, baseado em transições pouco naturais ou minigames ainda está bem longe de satisfatório.