Em tempos de mudanças no mercado corporativo, donos de coworkings estão otimistas com o futuro. Mercado de coworking se adapta à pandemia e registra alta na procura
A placa de aluga-se pode ser um sinal de alerta. A pandemia acelerou o que já era tendência: a redução e o compartilhamento de espaços comerciais. O coworking sempre foi considerado o escritório do futuro. Agora, adaptados à pandemia, os escritórios compartilhados estão mais seguros e mais procurados.
Pedro Vasconcellos é dono de uma plataforma de coworking. Ele divulga os escritórios e cobra uma taxa de intermediação quando são alugados. Tem mais de mil empresas parceiras em 150 cidades brasileiras. No último mês, a demanda da plataforma aumentou e está quase recuperada.
O empresário fala sobre o impacto da pandemia para os coworkings: “Em um primeiro momento, ele sentiu por causa do fechamento de alguns espaços. Mas agora, os espaços da rede já estão sentindo, com otimismo, a volta, principalmente em julho, de mais de 70% em relação à demanda de junho”.
Em 90% do mercado de coworking a queda foi superior a 15% do faturamento. Mas, depois de uma grande baixa em abril, o movimento é de alta na procura pelos espaços da líder desse mercado no Brasil e no mundo.
“O futuro virou o presente. Principalmente por conta da redução de custo, da flexibilidade dos seus contratos e da retenção dos colaboradores”, afirma Pedro.
Simone Almeida é uma das parceiras da plataforma de uma franquia de coworking com 40 estações de trabalho. Por causa da pandemia, ela investiu R$ 20 mil para instalar placas de acrílico entre as pessoas, separou salas, distanciou mesas e colocou intervalo de meia hora entre as locações para higienizar os espaços.
“O que antigamente nós tínhamos de demanda pra duas salas, hoje passaram pra uma única sala. A receita diminuiu”, conta Simone.
A queda foi compensada pelo aumento da procura por escritórios virtuais. São contratos em que o cliente tem endereço fiscal, sem precisar montar um escritório. Ele aluga o espaço físico só quando precisa. O modelo, a partir de R$ 99 por mês, já representa 85% do faturamento da Simone.
“O empreendedor descobriu que ele não precisa do escritório convencional, ele não precisa ter estruturas pro seu negócio. Ele pode compartilhar e desse compartilhamento tem 70% a menos de despesa”, explica.
O modelo híbrido cai bem para tempos de home office e redução de receita das empresas. “Vão poder ter pessoas em casa e nos coworkings. É um modelo hibrido, isso é o que as empresas querem e os colaboradores estão pedindo”, diz Pedro.
Entender as mudanças de mercado pode significar não só sobrevivência, mas também oportunidade. Pedro explica: “O mercado como um todo vai diminuir, o comercial, mas o mercado flexível do coworkings tende a crescer, porque ele entra como uma solução muito mais acessível pra essas empresas”.
Pedro Vasconcellos, consultor em trabalho remoto
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