Resultado é explicado pelo desempenho de supermercados, puxado pela venda de produtos alimentícios. Apesar da recuperação do patamar de vendas, setor teve o pior semestre em quatro anos. Comércio varejista tem pior 1º semestre desde 2016 no Brasil O volume de vendas do comércio varejista retomou, em junho, o patamar pré-pandemia. Dados divulgados nesta quarta-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que, na comparação com fevereiro, o setor registrou alta de 0,1%. Apesar da aparente recuperação, o comércio brasileiro registrou o pior semestre desde 2016, com queda de 3,1% na comparação com o primeiro semestre de 2019. Além disso, o patamar de vendas geral está 4,8% abaixo do recorde alcançado em outubro 2014 – em abril, essa distância era de 22,9%. Vendas do comércio crescem 8% em junho, mas setor tem pior semestre desde 2016 Volume de vendas no comércio varejista Economia G1 De acordo com o IBGE, foram as vendas de supermercados (que incluem produtos alimentícios, bebidas e fumos) que permitiram a recuperação do patamar observado antes da pandemia do coronavírus. O segmento representa mais da metade (50,8%) de todo o varejo brasileiro. Considerados essenciais, os supermercados se mantiveram abertos durante o isolamento social. Na comparação com fevereiro, eles tiveram alta de 8,9% nas vendas. Segundo o gerente da Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE, Cristiano Santos, foi a alimentação que puxou a alta das vendas do segmento. "A recuperação do varejo vem muito concentrada em alimentos, cujas vendas não caíram por se tratar de atividade essencial”, destacou o pesquisador. Em março, primeiro mês das medidas de isolamento social, os supermercados registraram crescimento de 14,6% na comparação com fevereiro. A alta, conforme avaliou o IBGE à época, foi decorrente da grande estocagem de produtos feita pela população, preocupada com o confinamento. Por causa do estoque feito em março, segundo o IBGE, em abril os supermercados tiveram queda de 11,6% nas vendas. Já em maio e junho o segmento registrou altas de 7,2% e 0,7%, respectivamente. Das oito atividades que compõem o comércio varejista, além da de supermercados, também recuperaram o patamar pré-pandemia em junho as de móveis e eletrodomésticos e de artigos farmacêuticos. As vendas de móveis e eletrodomésticos tiveram alta de 12,9% na comparação com fevereiro. Já as de artigos farmacêuticos tiveram queda de 0,1%, percentual que as deixam no mesmo nível observado antes do isolamento social. Assim como os supermercados, as farmácias também são consideradas essenciais e se mantiveram abertas desde o início da pandemia, o que explica a manutenção do patamar de vendas. Já o desempenho da atividade de móveis e eletrodomésticos é explicada pela adaptação do comércio para a venda online, principalmente pelos pequenos comerciantes. “Com a pandemia, ao longo do tempo, elas [pequenas e médias empresas] aprenderam a ofertar seus produtos de maneira distinta e a trabalhar com entrega, por exemplo”, apontou o gerente da pesquisa.