Ação da Linx fechou em alta de 31,5%, a R$ 34,40, maior cotação desde fevereiro e maior ganho percentual diário da história dos papéis. Stone subiu 11%. A empresa de meios de pagamento Stone anunciou nesta terça-feira (11) um acordo vinculante para unir sua área de software com a Linx, numa transação em dinheiro e ações que avalia a produtora de programas para varejo em R$ 6,4 bilhões. O anúncio encerra meses de rumores envolvendo as duas empresas e ocorre em meio a uma revolução em andamento no mercado brasileiro de pagamentos liderado pelo Banco Central e impulsionado pelos impactos da pandemia de coronavírus. O acordo será implementado por meio de uma fusão de ações no Brasil, com cada ação da Linx sendo trocada por uma nova ação PN classe A e B da Stone. Após outras etapas, o valor base da operação será de R$ 33,7625 por ação da Linx, considerando o preço da ação da Stone com base em 7 de agosto. Até o fim de junho, segundo dados da B3, a Linx tinha 189.408.960 ações. Segundo a Stone, o valor base representa ágio de 41,6% sobre o preço médio das ações da Linux nos 60 dias anteriores a 7 de agosto e de 28,3% considerando os 30 dias prévios a esta data. Empresas vão montar fábrica no Brasil para a produção de vacina contra a Covid-19 O estatuto da Linx, de abril, define que a venda do controle da companhia tem que ocorrer mediante uma oferta pública de aquisição de ações (OPA) e que o preço de cada ação não poderá ser menor que 90% "do maior valor de cotação unitária das ações…na B3 e na Nyse no período de 24 meses anteriores à realização da OPA". As ações da Linx fecharam em alta de 31,5% nesta terça-feira, a 34,40 reais, maior cotação desde fevereiro e maior ganho percentual diário da história do papel. Em Nova York, onde são negociados, os papéis da StoneCo avançaram 11%, a 52,39 dólares, cotação recorde de fechamento. Se a transação não for concluída, a Stone deverá pagar à Linx multa de R$ 605 milhões, "caso a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para a operação não seja obtida", segundo fato relevante da Linx. Processadora de cartões de crédito brasileira Stone estreou na Nasdaq Reprodução/Facebook/Stone Mas se a Linx realizar uma operação concorrente caso um terceiro que apresente uma oferta melhor, terá de pagar à Stone multa equivalente. Caso a assembleia da Linx não aprove o negócio, a empresa terá que pagar 25% da multa para a Stone. Na visão do analista Henrique Lara, sócio da Reach Capital, que tem posição na Linx, a possível fusão é uma das transações com maior potencial de sinergia atualmente disponível no mercado brasileiro. "A conta simples que sempre foi feita é de que, se uma parte dos R$ 250 bilhões de transações que já passam pelos softwares da Linx forem processados por uma adquirência própria, em que algum pequeno percentual desse montante seja cobrado como custo de transação, trata-se de uma receita já maior do que os cerca de 800 milhões de reais que a Linx atualmente fatura", disse Lara. Ele elencou ainda possíveis produtos complementares como adiantamento de recebíveis, crédito, contas digitais para as lojas de varejo e seus funcionários, entre outros. Senado aprova programa de crédito para micro e pequenas empresas via maquininha Resultados A Stone divulgou o balanço do segundo trimestre, mostrando queda de 28% no lucro líquido ante mesmo período de 2019, a R$ 123,6 milhões. O recuo ocorreu apesar do aumento de cerca de 14% na receita, de R$ 667,4 milhões de reais. Segundo a empresa, a queda reflete despesas ligadas à Covid-19, com a demissão de 1.300 funcionários em maio e a montagem de hospital temporário, além de incentivos a clientes. A base de clientes ativos da Stone somou 519,4 mil no fim de junho, aumento de 48,6% na comparação anual, mas no trimestre houve redução de 11,9 mil. A Stone, porém, afirmou que "números recentes indicam um significativo crescimento da base de clientes no terceiro trimestre".