Atriz de 14 anos fala ao G1 sobre adaptação da série de livros dos anos 1980, amizade com elenco, pesquisa sobre diabetes e telefones fixos: 'conhecia eles como algo vintage'. Enquanto as jovens protagonistas de "O clube das babás" se conheciam e formavam o forte laço de amizade mostrado na série, com suas atrizes acontecia o mesmo do outro lado das câmeras. A nova adaptação, que estreou na Netflix no começo de julho, moderniza as mensagens de "girl power" e de amizade presentes nos livros criados por Ann M. Martin, que venderam cerca de 176 milhões de cópias no mundo desde 1986. "Como uma criança e especialmente como um adolescente, ao crescer, você pode ter alguns problemas com a sua família, ou com amigos, então é muito importante ver isso em diferentes tipos de mídia, para que saiba que não está sozinho ao passar por isso", diz em entrevista ao G1 uma das protagonistas, Shay Rudolph. A atriz de 14 anos, que está em sua segunda grande produção depois de participação na série de "Máquina Mortífera", interpreta Stacey, a tesoureira do clube das babás do título, uma reunião de amigas empreendedoras em um negócio para cuidar de crianças. Momona Tamada e Shay Rudolph em cena de 'O clube das babás' Divulgação Além da série Mesmo quase um ano depois do fim das gravações, Rudolph e Sophie Grace, Momona Tamada, Malia Baker e Xochitl Gomez continuam a conversar quase todos os dias – afinal, não é um isolamento social que vai separar uma geração unida pela tecnologia. "A gente troca muitas mensagens, temos diversas conversas em grupo, fazemos muitas chamadas de vídeos, e conversamos em basicamente todas as redes sociais que existem", conta a atriz. "Amei ficar com elas todos os dias nas gravações, e a gente passava tempo juntas fora das gravações também. Foi muito bom para a gente se conectar, e ficar cada vez mais próximas, e nós definitivamente somos melhores amigas na vida real também." Assista ao trailer de 'O clube das babás' Depois de meses de gravações com as novas amigas entre julho e outubro de 2019 no Canadá, ela está em quarentena em sua casa, no sul da Califórnia, Estados Unidos. "Estou muito bem agora. Acho que tudo é tão animador, com a estreia de 'O clube das babás', e ouvindo as reações das pessoas, o quanto elas amaram a série. Então tem sido muito bom." Botando a leitura em dia Rudolph já conhecia as história antes mesmo de se envolver com o projeto. E não foi através dos livros ou das adaptações anteriores, uma série dos anos 1990 e um filme de 1995 – mas com quadrinhos. "Eu li as graphic novels quando estava no primário, o que foi muito legal. Gostei demais delas. Achava fantásticas. Então eu estava familiarizada com as histórias antes dos testes", diz a jovem. "Mas quando consegui o primeiro, meio que comprei mais um monte de livros e comecei a ler o máximo que conseguia. Eu me divertia tanto, porque isso era meio que a minha forma de pesquisar para o papel. Mas era a forma mais divertida de fazer isso." Essa não foi a única pesquisa, no entanto. Para interpretar Stacey, portadora de diabetes tipo 1 desde os livros, ela conversou com outras adolescentes com a mesma condição, para entender melhor os sintomas e o tratamento. "Acho que é importante pessoas jovens em casa, que têm diabetes, verem um personagem em uma série grande que são parecidos com eles. Porque ninguém quer crescer sem se ver representado na mídia." Shay Rudolph em cena de 'O clube das babás' Divulgação Aparelho vintage para geração digital Se as histórias e os temas dos livros foram modernizados para uma geração que cresceu com smartphones, a série fez questão de manter o icônico telefone fixo das histórias originais. Ele é inclusive usado como um diferencial pelas babás, que fazem questão de se reunir ao redor de um aparelho para mostrar aos clientes em potencial que podem ser facilmente encontradas. Já para as atrizes, com média de 13 anos na época da gravação, podia ser algo curioso. Mas não para Rudolph. Entre risadas, ela garante que não só conhecia, mas achava legal. "Pode parecer engraçado ao falar isso para um adulto que cresceu com telefones fixos, mas eu conhecia eles como algo vintage. Eu ia a lojas de antiguidades com minha mãe e minhas irmãs e a gente adorava. Eu curtia muito ver um telefone fixo cor pastel e sempre implorava para minha mãe comprar um para mim, porque eu achava eles tão legais." Malia Baker, Shay Rudolph, Momona Tamada e Sophie Grace em cena de 'O clube das babás' Divulgação O futuro das babás Desde o lançamento, a série conseguiu sucesso com a crítica, com uma aprovação de 100% das 42 resenhas agregadas no site Rotten Tomatoes, mas ainda não tem uma segunda temporada confirmada. Mesmo assim, a atriz já tem em mente no que quer para o futuro de seu clube. Mesmo que o tema já seja tocado pela tangente com outras personagens, ela gostaria de ver um arco clássico de sua personagem. "Acho que a história principal que quero ver com a Stacey, baseado nos livros que li, acho que seria legal ver a Stacey passar pelo divórcio dos pais", diz a atriz. "Ela passa pelo divórcio dos pais e tem que tomar uma decisão difícil de com quem vai morar. Então acho que mostrar isso poderia se identificar com muitas crianças que não iam se sentir tão sozinhas."