Live discutiu o mundo do emprego com a pandemia do novo coronavírus. A especialista de carreira Sofia Esteves e o consultor e escritor Max Gehringer falam sobre o futuro do mercado de trabalho; VEJA VÍDEO. 'Agora é assim?' Como será o trabalho após a pandemia? A pandemia do novo coronavírus acelerou processos de digitalização no mundo do emprego, mas terá poucos efeitos para a maioria dos trabalhadores. Essa é a opinião dos especialistas convidados que participaram da live "Agora é assim?", do G1, na última sexta-feira (31). Assista ao papo na íntegra no vídeo acima. Assista a todos os trechos da conversa sobre trabalho Live já discutiu mudanças na fé, na educação, nos relacionamentos, na economia, no turismo, na ciência, na vida saudável e no lazer; clique nos links para assistir Semanalmente, repórteres do G1 debatem com convidados, ao vivo, o legado que a pandemia deve deixar. São discutidas as mudanças no dia a dia, as novas formas de trabalho e lazer, a transformação na nossa relação com a tecnologia, entre outros temas. A live vai ao ar todas as sextas. Dessa vez, a conversa foi sobre as mudanças sofridas no mundo do trabalho, como o home office e o desemprego. Participaram da conversa a especialista sobre tendências de gestão de carreira Sofia Esteves e o consultor e escritor Max Gehringer. "Mudou a forma como as pessoas são avaliadas", diz Sofia Esteves Gehringer evoca a máxima de que pequenas e médias empresas, usualmente dos setores de comércio e serviços, são as grandes empregadoras do país. Como são setores altamente dependentes do contato humano e trocas pessoais, serão menos afetadas pela digitalização do trabalho. "Temos empregados em indústrias privadas 77 milhões de pessoas, entre formais e informais. Desses, 60 milhões trabalham em micro, pequenas e médias empresas. São a grande força de trabalho do Brasil", disse o escritor. "Imaginar que as 60 milhões de pessoas a que eu me referi vão voltar e encontrar algo diferente, eu queria tranquilizar todo mundo: não vai acontecer isso", afirmou Gehringer. Fatores como a capacidade de recuperação da economia, disse o consultor, são mais importantes para entender a dinâmica de empregos ao fim da pandemia. Além do biênio de crise que o Brasil ensaiava sair, de 2015 e 2016, a mais recente queda causada pelo coronavírus mina a capacidade de empresários de investir – o que inclui a abertura de vagas. "Empresas estão descapitalizadas, muitas pequenas empresas simplesmente não vão voltar depois. Para que as coisas aconteçam, nós vamos precisar de investimentos muito pesados, que o governo tem que fazer. Mas o governo depende de quem? De você", disse. "Quando as coisas retomarem, eu imagino que vão retomar em um ritmo menor do que a gente gostaria. Algumas empresas vão crescer rapidamente, mas eu acho que a maioria não vai", afirmou Gehringer. Especialista dá dicas para manter ou conseguir um novo emprego "Tudo o que é de produção, vai ter que trabalhar presencialmente. Tudo o que é de escritório tem a tendencia de ficar mais online, mas não significa que vai deixar de existir o presencial", disse Sofia Esteves. Ela conta que a Cia. de Talentos há três anos trabalha em espaço físico com 50% das posições que comportariam todos os funcionários da empresa. Depois da pandemia, houve nova redução para 30 espaços físicos de trabalho para cerca de 200 funcionários. O escritório passa a ser um "centro de convivência", em que grupos agendarão os dias que irão até a sede. A medida faz parte de uma tendência em curso na cidade de São Paulo, como mostrou reportagem do G1. "O que está trazendo angústia hoje para as pessoas é o fato de elas se sentirem proibidas de sair de casa. A ansiedade está no cerceamento", afirmou Sofia. "A hora que tirar essa espada de mim, a hora que eu deixar de ser proibida e puder fazer isso livremente, vai ficar muito mais tranquilo para as pessoas [retornar ao trabalho presencial]." Especialistas comentam necessidade de se adaptar à novas tecnologias e formas de trabalho Agora é assim? Savio Ladeira/G1