Redução da incerteza em julho reflete o ambiente de reabertura gradual da economia, aponta pesquisadora. O indicador de incerteza da economia recuou 9,9 pontos na passagem de junho para julho, na terceira queda mensal seguida do indicador da Fundação Getulio Vargas (FGV). Os recuos, no entanto, não foram suficientes para recuperar as perdas provocadas desde março pela pandemia do coronavírus. Com a queda, o indicador de incerteza ficou em 163,7 pontos – 27 acima do recorde anterior à pandemia de Covid-19, de 136,8 pontos, em setembro de 2015. Incerteza na economia – julho/2020 Economia G1 “A redução da incerteza em julho reflete o ambiente de reabertura gradual da economia, adaptação de famílias e empresas ao momento e o conhecimento das medidas adotadas pelo governo para mitigação dos impactos da crise sanitária", aponta em nota Anna Carolina Gouveia, economista da FGV Ibre. "Apesar disso", aponta ela, o nível do indicador "continua muito elevado e sob influência do sobe e desce da pandemia de coronavírus". "Há muita preocupação com a possibilidade de que uma segunda onda prejudique a tendência de recuperação em curso”. Em julho, os dois componentes do Indicador de Incerteza caminharam na mesma direção. O componente de Mídia recuou 8,4 pontos, para 144,1 pontos, contribuindo negativamente em 7,3 pontos para a queda do índice geral no mês. Já o componente de Expectativas recuou 12,1 pontos, para 215,9 pontos – após acumular alta de 112,8 pontos entre março e maio -, com contribuição negativa de 2,6 pontos para o comportamento do IIE-Br. "O componente de expectativas, ao permanecer acima de 200 pontos pelo quarto mês consecutivo, mostra como é difícil no momento se prever os rumos da economia no horizonte de 12 meses, uma vez que a fase crítica da pandemia será seguida por uma reabertura em que os estímulos fiscais serão gradualmente retirados”, acrescenta Anna Carolina.