Com a formação clássica, grupo carioca lança disco com regravações de oito temas lançados entre 1977 e 1981. ♪ Reunido desde 2005 com a formação clássica, o grupo carioca A Cor do Som continua de olho no retrovisor. Após celebrar quatro décadas de existência no álbum 40 anos (2018), disco em que o quinteto surgido oficialmente em 1977 reciclou os maiores sucessos em repertório que apresentou duas músicas inéditas, A Cor do Som lança Álbum rosa. Disponível em edição digital a partir desta quinta-feira, 30 de julho, Álbum rosa é disco inteiramente instrumental, condizente com as origens da banda gerada a partir da arregimentação de músicos em 1975 para acompanhar Moraes Moreira (1947 – 2020) após a saída do cantor do grupo Novos Baianos. No disco, Armandinho (guitarra, bandolim e guitarra baiana), Ary Dias (percussão), Dadi Carvalho (baixo), Gustavo Schroeter (bateria) e Mú Carvalho (teclados) – músicos que constituíram a formação clássica d'A Cor do Som no período que foi de 1978 a 1981 – regravam oito músicas originalmente instrumentais apresentadas pelo grupo entre 1977 e 1981. Com capa criada por Batman Zavareze com a aglutinação de dois trabalhos dos irmãos Dadi Carvalho e Mú Carvalho no campos das artes plásticas, Álbum rosa reitera o virtuosismo dos músicos de grupo que, no fim dos anos 1970, injetou frescor pop na música brasileira – em mercado fonográfico então dominado pela MPB, pelo samba e pela disco music tupiniquim – com mix azeitado de rock com ritmos nacionais como choro, frevo (à moda baiana) e xote, além de um toque de música clássica. Capa do 'Álbum rosa', da banda A Cor do Som Batman Zavareze com artes criadas por Dadi Carvalho e Mú Carvalho ♪ Eis as oito músicas que compõem o repertório do Álbum rosa, do grupo A Cor do Som: 1. Chegando na terra (Armandinho Macedo, 1978) – Frevo lançado pelo quinteto no álbum ao vivo gravado em julho de 1978 em show d'A Cor do Som na 12ª edição do Montreux International Jazz Festival, Chegando na terra ganha o primeiro registro de estúdio no Álbum rosa, evidenciando o elétrico toque heavy da guitarra baiana de Armandinho, autor da composição. 2. Dança saci (Mú Carvalho, 1978) – Outra composição oriunda do disco A Cor do Som ao vivo – Montreux International Jazz Festival (1978) e até então nunca gravada em estúdio pelo grupo. 3. Arpoador (Armadinho Macedo, Dadi Carvalho, Gustavo Schroeter e Mú Carvalho, 1977) – Música que abriu o primeiro (instrumental) álbum do grupo, A Cor do Som, editado em 1977 com sonoridade pop elétrica que pareceu um desdobramento da mistura brasileira dos Novos Baianos, pais da banda. 4. Frutificar (Mú Carvalho, 1979) – Música-título do terceiro álbum d'A Cor do Som, Frutificar, lançado em 1979 com algumas composições com letras, caso do então inédito xote Abri a porta (Dominguinhos e Gilberto Gil, 1979), hit radiofônico do grupo. Tema de autoria de Mú Carvalho, Frutificar é suíte em três movimentos que expôs a influência da música clássica na arquitetura do som do quinteto. 5. Pororocas (Armandinho Macedo e Luís Brasil, 1979) – Outra música lançada originalmente no álbum Frutificar (1979), Pororocas é revivida no Álbum rosa com Armandinho no toque frenético do bandolim, instrumento condutor deste galope à beira-mar. 6. Ticaricuriquetô (Armandinho Macedo, 1979) – Frevo baiano, gênero que rendera hits para Caetano Veloso e Moraes Moreira ao longo dos anos 1970, Ticaricuriquetô também apareceu no álbum Frutificar (1979) com pegada heavy, veículo para a exposição dos dotes do compositor do tema, Armandinho, no toque da guitarra. 7. Espírito infantil (Mú Carvalho, 1977) – Tema apresentado em festival de choro transmitido pela TV Bandeirantes em 1977, Espírito infantil é choro que se integrou ao movimento de renovação do gênero na segunda metade dos anos 1970. Foi gravado pel'A Cor do Som no primeiro álbum do grupo e reprisado no disco ao vivo captado no festival de Montreux. 8. Saudação à paz (Mú Carvalho, 1981) – Composição que abriu o quinto álbum do grupo, Mudança de estação (1981), Saudação à paz fecha o Álbum rosa d'A Cor do Som.