Alvo de dois inquéritos no Brasil, ex-ministro da Educação foi indicado para o posto em Washington (EUA) pelo governo Bolsonaro. Weintraub representará grupo de nove países. Abraham Weintraub, ex-ministro da Educação Marcelo Camargo/Agência Brasil Banco Mundial anuncia aprovação de Weintraub como diretor-executivo O Banco Mundial divulgou um comunicado na noite desta quinta-feira (30) no qual informou que o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub foi aprovado como diretor-executivo do conselho da instituição. Weintraub deixou o MEC em junho, em meio a uma série de polêmicas. Alvo de dois inquéritos, um que apura suposto racismo contra chineses e outro que apura ameaças a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Weintraub foi indicado para o Banco Mundial pelo governo do presidente Jair Bolsonaro. A indicação, contudo, precisava ser confirmada pelos demais integrantes do conselho do qual Weintraub será diretor-executivo. O banco tem sede em Washington (EUA). "O Banco Mundial confirma que o sr. Abraham Weintraub foi eleito pelo grupo de países (conhecido como constituency) representando Brasil, Colômbia, República Dominicana, Equador, Haiti, Panamá, Filipinas, Suriname e Trinidad e Tobago para ser Diretor Executivo no Conselho do Banco", informou o banco. "O sr. Weintraub deve assumir seu cargo na primeira semana de agosto e cumprirá o atual mandato que termina em 31 de outubro de 2020, quando a posição será novamente aberta para eleição. Diretores Executivos não são funcionários do Banco Mundial. Eles são nomeados ou eleitos pelos representantes dos nossos acionistas", acrescentou a instituição. Funcionários do Banco Mundial se manifestam contra nomeação de Abraham Weintraub Funcionários se manifestaram contra indicação No mês passado, a associação de funcionários do Banco Mundial enviou uma carta aberta ao Comitê de Ética da instituição pedindo a suspensão da indicação de Weintraub (relembre no vídeo acima). Na ocasião, os funcionários do banco se disseram preocupados com declarações tidas como preconceituosas de Weintraub sobre os chineses e sobre minorias. Weintraub nega ter cometido racismo. Em depoimento por escrito à Polícia Federal, o ex-ministro da Educação afirmou que relacionar a China à pandemia do novo coronavírus "não é mera ilação". Em meio à polêmica, o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming , afirmou que os "críticos contumazes" da relação entre os dois países devem pensar "a longo prazo". Segundo o Ministério das Relações Exteriores, a China é o principal parceiro comercial do Brasil desde 2009. Integrantes do governo e familiares do presidente Jair Bolsonaro, contudo, têm criado polêmicas porque acusam o país de envolvimento na pandemia do novo coronavírus.