Companhia anunciou que vai religar alto-forno 1 e aciaria 1 da usina de Ipatinga (MG), equipamentos que foram desligados em abril. A Usiminas teve prejuízo líquido de R$ 395 milhões no segundo trimestre deste ano, revertendo resultado positivo de R$ 171 milhões de um ano antes, afetada por queda em volumes e receita, em meio à retração da atividade econômica desencadeada pela pandemia de Covid-19.
Apesar disso, a companhia anunciou que vai religar alto-forno 1 e aciaria 1 da usina de Ipatinga (MG), equipamentos que foram desligados em abril, como consequência da forte queda na demanda por aço registrada na época. Na ocasião, a empresa também paralisou o alto-forno 2, mantendo apenas atividade no 3 e nas aciaria 2, laminações e galvanizações.
"Como toda a indústria do setor, sobretudo para o segmento de aços planos, nós na Usiminas estamos confiantes que o pior já passou e que a trajetória agora é de retomada, apesar dos enormes desafios que temos pela frente", disse o presidente-executivo da Usiminas, Sergio Leite, em comunicado à imprensa.
Usiminas registra queda na produção devido a pandemia de Covid-19
Leite ecoou comentários feitos nesta semana pelo presidente-executivo do IABr, entidade que representa siderúrgicas do país e da qual ele também é presidente, de que o pior da crise ficou em abril e que o setor tem verificado uma gradual recuperação na demanda.
A Usiminas ainda anunciou elevação do plano de investimentos para o ano, de R$ 600 milhões para R$ 800 milhões, após terminar junho com uma posição de caixa de R$ 2,5 bilhões. Os principais aportes devem acontecer na implantação do projeto de empilhamento a seco de rejeitos da Mineração Usiminas.
O resultado da empresa foi divulgado um dia depois que a rival CSN anunciou que está vendo espaço para novo reajuste de preços a distribuidores, desta vez em setembro, após aplicar aumento de 10% no segmento neste mês. A empresa também afirmou que vai reajustar preços para setores industriais em agosto.
O resultado operacional da Usiminas medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) caiu 63%, para R$ 208 milhões, com a margem Ebitda ficando em 9%, de 15% no mesmo trimestre de 2019.
Em uma base ajustada, o Ebitda ficou em R$ 192 milhões, declínio de 67% ano a ano, com a margem caindo pela metade, para 8%. Estimativas compiladas pela Refinitiv apontavam, na média, prejuízo líquido de R$ 170,15 milhões e Ebitda de R$ 218,18 milhões.
Além do efeito da retração da atividade econômica, a Usiminas também citou como fatores para a queda provisão para contratos onerosos de insumos e serviços na unidade de siderurgia, relacionados aos efeitos da pandemia da Covid-19 no montante de R$ 51 milhões, provisão para créditos de liquidação duvidosa em 19 milhões também na divisão de siderurgia e provisão para reestruturação na unidade de bens de capital no montante de R$ 19 milhões.
De abril a junho, a receita líquida da Usiminas totalizou R$ 2,4 bilhões, uma queda de 34% ano a ano, com o volume de vendas de aço recuando 43%, para 608 mil toneladas, enquanto o de minério de ferros subiu 7%, para 1,9 milhão de toneladas.
O custo de produto vendido também caiu, 31%, para R$ 2,1 bilhões.
A dívida líquida consolidada em 30 de junho era de R$ 3,7 bilhões, uma elevação de 4,5% ante o final de março, em função da elevação da dívida bruta em razão da desvalorização do dólar ante o real, parcialmente compensada pela elevação no saldo de caixa e equivalentes de caixa em 5,6%.
O indicador de dívida líquida/Ebitda encerrou o trimestre em 2,2 vezes, de 1,7 vez no primeiro trimestre.