Empresa tem sido criticada pelos casos de contaminação de trabalhadores em suas unidades, e é alvo de acusações de ilegalidades ambientais. Na véspera, gestora norueguesa excluiu processadora de carteira de investimentos. Logo da JBS Paulo Whitaker/Reuters A JBS investiu R$ 100 milhões em ações de prevenção e combate ao coronavírus, informou a empresa em comunicado ao mercado nesta quarta-feira (29). Na véspera, a gestora norueguesa Nordea Asset Management excluiu todas as ações da companhia dos seus fundos, citando seu histórico ambiental e postura no combate à pandemia. No comunicado, a JBS não comentou a exclusão, mas esclareceu aos seus investidores que tem tomado diversas medidas para proteger a saúde e a segurança de seus 130 mil trabalhadores. Dentre as medidas adotadas, estão a ampliação em 49% das frotas de ônibus que atendem o trajeto de ida e volta dos funcionários – com demarcação de distanciamento de 2 bancos; aquisição de novos equipamentos de proteção individual (EPIs); compra de detergentes e de 150 mil litros de álcool em gel; vacinação gratuita para gripe H1N1 e contratação de 630 profissionais de saúde para atender trabalhadores. "Todos os colaboradores que tenham diagnóstico positivo para Covid-19 também são prontamente afastados e permanecem ausentes das suas atividades até o seu pronto restabelecimento", disse a empresa em nota. Diante do aumento da preocupação com os casos de covid-19 em frigoríficos, a China suspendeu as importações de carne de 6 abatedouros brasileiros, dos quais dois pertencem à JBS: um em Passo Fundo (RS) e outro em Três Passos (RS). Acusações de ilegalidades na Amazônia A empresa também foi acusada de lucrar com "triangulação de gado", prática onde animais de fazendas com irregularidades ambientais são transportados para áreas com "ficha limpa", segundo investigação de um consórcio de imprensa, formado pelo The Guardian, a ONG brasileira Repórter Brasil, o Disclose e o The Bureau of Investigative Journalism. A acusação se baseou em fotos divulgadas no Facebook por um motorista de um caminhão da JBS, tiradas em julho de 2019. As imagens mostram um comboio de transporte de gado de uma fazenda para outra, conduzido por motoristas que usavam camisetas com a logomarca da JBS. Além disso, a Anistia Internacional apontou, em relatório, que a empresa teria adquirido produtos derivados de gado criado ilegalmente em reservas e terras indígenas. A JBS negou as acusações e disse que "não compra gado de nenhuma fazenda envolvida com irregularidades em áreas protegidas". Servidores do Ibama estimam que desmatamento na Amazônia pode aumentar quase 30% em 2020