Em 2019, o lucro havia sido de R$ 6,042 bilhões no período. Já em relação ao primeiro trimestre de 2020 (R$ 3,382 bilhões), houve alta de 3,6%. Placa com logomarca do banco Bradesco na avenida Berrini, zona sul de São Paulo Marcelo Brandt/G1 O banco Bradesco anunciou nesta quinta-feira (30) ter registrado lucro líquido contábil de R$ 3,506 bilhões no 2º trimestre de 2020, uma queda de 42% em relação ao mesmo período de 2019 (R$ 6,042 bilhões). Já em relação ao primeiro trimestre de 2020 (R$ 3,382 bilhões), houve alta de 3,6%. A queda vem do aumento de provisões multibilionárias para créditos de liquidação duvidosa. Já o lucro líquido recorrente (que desconsidera efeitos extraordinários) foi de R$ 3,873 bilhões de abril a junho, alta de 3,2% ante o 1º trimestre (R$ 3,753 bilhões), porém, queda de 40% em relação ao 2º trimestre de 2019 (R$ 6,462 bilhões). O retorno sobre o patrimônio líquido, um indicador da lucratividade dos bancos, caiu 8,7 pontos percentuais em relação ao ano anterior, para 11,9%, mas ficou praticamente em linha com o primeiro trimestre (11,7%). A título de comparação, no 4º trimestre de 2019, foi de 21,2%, quando atingiu o patamar mais elevado dos últimos 15 trimestres. O banco apresentou alta de 14,9% em 12 meses na carteira de crédito expandida, para R$ 661,1 bilhões. A expansão veio do segmento tanto de pessoas físicas, que subiu 12,3% em um ano, quanto de pessoas jurídicas, com alta de 16,4%. Já as despesas com provisões para perdas com inadimplência (PDD) em operações de crédito somaram R$ 8,890 bilhões, alta de 147% em relação ao segundo trimestre de 2019 (R$ 3,487 bilhões). Já em relação ao primeiro trimestre deste ano, a alta foi de 32,5% (R$ 6,708 bilhões). O banco reservou R$ 3,8 bilhões e R$ 747 milhões em provisões extraordinárias para enfrentar as perdas esperadas com empréstimos e seguros relacionados à pandemia de Covid-19, respectivamente. No primeiro trimestre, o Bradesco já havia provisionado R$ 2,7 bilhões para possíveis perdas com crédito. A mais recente ação do Bradesco indica que o banco prevê perdas decorrentes da crise de coronavírus maiores do que o inicialmente calculado por seus gestores. A taxa de calotes acima de 90 dias ficou em 3% em junho, ante 3,2% no ano passado e 3,7% em março. O banco destaca que, "como reflexo das ações de renegociação e prorrogações de crédito, em conjunto com a cessão de créditos ativos em atraso, que estavam 100% provisionados, os indicadores de inadimplência de curto prazo (15 a 90 dias) e acima de 90 dias apresentaram redução em todos os segmentos". A demanda de grandes empresas impulsionou um aumento de 0,9% em sua carteira de empréstimos em três meses, apesar da queda no estoque de crédito ao consumidor, aumentando a margem financeira em 15,3%. As receitas com prestação de serviços foram de R$ 7,626 bilhões no 2º trimestre, queda de 7,9% em relação ao 1º trimestre (R$ 8,283 bilhões) e ao mesmo período de 2019 (R$ 8,280 bilhões), principalmente pela queda nos pagamentos com cartão. Segundo o Bradesco, "as reduções observadas nos comparativos trimestrais e anuais refletem o impacto do cenário econômico adverso, que produziu efeito negativo em praticamente todas as linhas, principalmente, nas receitas advindas das atividades de cartões, receitas com administração de fundos e operações de crédito. As receitas com conta corrente, apesar das reduções nos comparativos trimestrais influenciadas pelo menor volume de serviços avulsos, apresentaram crescimento no comparativo semestral, beneficiadas pelo aumento da base de clientes em 12 meses (+ 2,1 milhões)". O Bradesco mostrou que tem tentado enfrentar a crise através do corte de custos, uma vez que as despesas operacionais caíram 2,5% ante o primeiro trimestre. O banco fechou 233 agências.