Eneva chegou fazer uma oferta de R$ 8 bilhões em dinheiro e ações pela incorporação da AES Tietê. A norte-americana AES Corp venceu uma disputa com a elétrica brasileira Eneva pela aquisição de uma fatia do BNDES na empresa de geração renovável AES Tietê, na qual já é controladora. Em comunicado ao mercado nesta terça-feira (28), a AES Tietê divulgou documento no qual o braço de participações do banco estatal, BNDESPar, informa que a unidade brasileira da AES foi consagrada vitoriosa em processo competitivo aberto para a venda da participação. "A BNDESPar e a AES Brasil deverão se engajar na execução da proposta e manterão os acionistas e o mercado atualizados oportunamente", disse o BNDES na carta. Uma pessoa caminha em frente à sede do BNDES, no Rio de janeiro Nacho Doce/Reuters Na noite desta terça, a BNDESPar confirmou a transação, afirmando em comunicado que a AES se comprometeu a adquirir 113.392.035 units da participação do banco estatal na companhia. Cada unit da AES Tietê é composta por uma ação ON e quatro PNs, segundo informação da bolsa B3. O BNDESPar detém 113.392.035 ONs e 453.554.431 PNs da companhia elétrica. "A BNDESPar negociará com a AES Brasil contrato de compra e venda de ações característico de operações desta natureza, e informará ao mercado quando do seu fechamento", acrescentou. A Eneva, que tem como principais acionistas BTG Pactual e Cambuhy Investimentos, chegou na véspera a elevar sua oferta, que envolveria cerca de R$ 8 bilhões em dinheiro e ações pela incorporação da AES Tietê e seria levada adiante caso houvesse aval do BNDESPar. O secretário especial de Privatizações do ministério da Economia, Salim Mattar, comentou em publicação no Twitter o negócio entre BNDESPar e AES. "O BNDES vai vender suas ações na AES Tietê Energia para AES Holdings Brasil Ltda. É o Estado deixando de ter uma carteira de investimentos para focar no que é prioritário", afirmou ele, também sem fornecer detalhes sobre o negócio. A AES Tietê opera hidrelétricas e usinas eólicas e solares. Antes, a empresa da AES no Brasil já havia sido alvo de uma oferta hostil para incorporação apresentada pela Eneva, de cerca de R$ 6,6 bilhões, rejeitada em abril pelo conselho de administração da companhia. Na ocasião, o conselho da AES Tietê disse entender que a proposta subavaliava a companhia e não fazia sentido estratégico, dado o foco da AES em renováveis, enquanto a Eneva investe em termelétricas a carvão e gás natural.