Morte do intérprete de samba-enredo enluta as agremiações do Rio de Janeiro. David do Pandeiro Divulgação / Acadêmicos do Sossego ♪ OBITUÁRIO – Descendente da linhagem vocal de intérpretes carnavalescos que teve Jamelão (1913 – 2008) como maior expoente do gênero, o cantor carioca David dos Santos (13 de janeiro de 1959 – 20 de julho de 2020) – ou melhor, David do Pandeiro, como o artista era conhecido no meio do samba – foi essencialmente uma voz da folia e do samba-enredo. Uma grande voz do Carnaval que se calou aos 61 anos com a morte do cantor na noite de segunda-feira, 20 de julho, após se sentir mal na casa em que vivia na zona norte da cidade natal do Rio de Janeiro (RJ). Como intérprete de samba-enredo, ofício fundamental para animar o público nos ensaios e nos desfiles das escolas de samba, David do Pandeiro passou por várias agremiações em trajetória que, nesse sentido, se confunde um pouco com a do cantor e compositor carioca David de Araújo (1934 – 2019), o homônimo bamba carioca também conhecido artisticamente como David do Pandeiro e mais ligado à Portela. Em carreira iniciada nos anos 1980, David do Pandeiro – o David dos Santos – passou por agremiações como Mocidade Independente de Padre Miguel, Tupy de Brás de Pina, Grande Rio, Estácio de Sá, Unidos de Lucas, São Clemente, Unidos da Tijuca, Flor da Mina, Acadêmicos de Santa Cruz, Unidos do Viradouro e Acadêmicos do Sossego, entre outras escolas de samba que tiveram como intérprete o David conhecido pelo bordão “Arrebenta!”. Por isso mesmo, várias dessas escolas lamentaram em redes sociais o fato de ter se calado a voz desse intérprete que se destacou especialmente ao cantar o samba-enredo O dono da terra, com o qual a escola Unidos da Tijuca desfilou no Carnaval de 1999.