Pequenas e médias locadoras veem formato como oportunidade e investem em serviços on-line com custo por hora e burocracia mínima; entenda como funciona. Cinema drive-in na Arena Estaiada, em São Paulo Divulgação/Flash Bang O formato drive-in se consolida como única alternativa de entretenimento ao ar livre na quarentena causada pelo coronavírus. Mas, para aproveitá-lo, é preciso ter carro, certo? Não é bem assim. Na corrida por diversão em meio à pandemia, já é possível pegar as quatro rodas emprestadas. Há projetos como a exposição de arte em estilo drive-thru, em São Paulo, que cede um carro para os desmotorizados. Mas, na maioria dos casos, é preciso abrir a carteira. São Paulo tem primeira exposição de arte em estilo drive-thru Pequenas e médias empresas de aluguel de veículos viram no formato uma oportunidade. Elas investem em serviços online que possibilitam empréstimos por períodos mais curtos. Tempo suficiente para pegar um cineminha ou assistir a um show. Funciona assim: Motoristas realizam um cadastro, sujeito à aprovação dos aplicativos de aluguel, preenchendo dados pessoais e o número da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Com o cadastro aprovado, o usuário pode escolher um dos automóveis disponíveis no ponto de retirada mais próximo. Há empresas que oferecerem modelos automáticos e elétricos. Depois de fazer a reserva, o motorista tem alguns minutos para desbloquear o veículo no local, por meio do app. Há também empresas que intermediam o aluguel de carros de pessoa para pessoa. Nesses casos, o ponto de retirada é combinado entre os usuários. A devolução do carro também depende do app escolhido. Em alguns deles, o veículo precisa ser devolvido no mesmo endereço em que foi pego. Em outros, ele pode ser deixado em qualquer estação da empresa. O pagamento é feito online, via cartão de crédito. Os valores começam em R$ 10 por hora, mas o preço final depende da empresa escolhida, do modelo do veículo, da duração do aluguel e da quilometragem rodada. “Com aplicativos de transporte não dá [para ir ao drive-in]. Uma opção seria uma locadora convencional, mas aí o aluguel teria que ser feito por pelo menos um dia. O nosso serviço faz todo o sentido nesse contexto”, explica Luiz Bonini, gerente de marketing de uma das empresas que alugam carros com custo por hora em São Paulo. CINE DRIVE-IN: Programação e ingressos SHOWS DRIVE-IN: O lado bom e o lado ruim São 700 veículos espalhados pela cidade. Ele diz que todos são lavados a cada três ou quatro dias e os motoristas são orientados a usar medidas básicas de higiene contra o coronavírus, como máscara e álcool em gel nas mãos. Pelo menos outras duas empresas oferecem serviços semelhantes na cidade. Elas usam como atrativo a desburocratização do processo de aluguel, que dura poucos minutos e, na maioria dos casos, é feito sem contato humano. Sessão para convidados do cinema drive-in no Memorial da América Latina, em São Paulo Alex Falcão/Futura Press/Estadão Conteúdo ‘Burocracia mínima’ O cinema drive-in instalado no Memorial da América Latina, na capital paulista, fechou parceria com um dos apps para dar descontos a quem vai assistir a filmes com carro alugado. Enya Café, 28, é uma das espectadoras que usou a ferramenta. “O processo pra concluir o aluguel e pegar o carro durou cerca de 15 minutos”, conta. Com o desconto oferecido para o primeiro uso no drive-in do Memorial, ela gastou R$ 11,50 para ficar com o carro por seis horas. ESTRANHO DEMAIS: como é fazer show drive-in? TERROR E MÚSICA: como filmes são escolhidos? “A burocracia é mínima, se comparada com outros métodos de aluguel de carros. Por não ter que falar com alguém, esperar numa fila ou fazer vistoria na retirada e entrega do veículo, se torna bem mais prático.” Segundo ela, um ponto negativo é que, na maioria das plataformas, é preciso devolver o carro no mesmo endereço em que você o pegou. “Isso limita um pouco. Se precisasse viajar, não poderia usar o carro para ir até o aeroporto, por exemplo.” Mesmo assim, Enya diz que, durante a pandemia, a ferramenta tem ajudado em outras tarefas, além do entretenimento. “Acho ruim usar táxi ou apps de transporte para ir ao supermercado, por exemplo, por causa do volume de compras. Nesses momentos, quem não tem carro sofre um pouco.” Bonini diz que, atualmente, 40% dos clientes usam o serviço para ir ao supermercado. Para ele, a transformação de hábitos causada pela pandemia pode fazer com que esse tipo de serviço se torne mais procurado depois do isolamento. “Entre nossos usuários, 50% já têm carro em casa. E, desses, 25% demonstram interesse em vender o veículo depois da quarentena”, explica. “As pessoas não têm mais apego ao carro e a alternativa dos apps de transporte funciona bem para pequenas distâncias. O que queremos é preencher esse espaço de viagens um pouco mais longas ou com necessidade de parada.” Semana Pop #88: relembre clássicos do cinema com momentos em drive-ins