Ana Vilela e Elba Ramalho participam do disco do cantor paulista associado ao folk rock rural. ♪ Por ter ficado mais de dez anos à frente da banda paulista Dotô Jeka, formada em 1993 com som calcado no folk rock rural, Tuia adquiriu intimidade com esse gênero nascido no alvorecer da década de 1970 com o trio Sá, Rodrix & Guarabyra. É nesse universo musical que Tuia – nome artístico de Luis Gustavo Lencioni Pereira, cantor, compositor e violonista egresso do Vale do Paraíba, no interior de São Paulo – transita com liberdades estilísticas e certo apelo pop no álbum Versões de vitrola vol. 1, lançado com nove faixas produzidas, em maioria, por Juliano Cortuah (duas foram formatadas por Alexandre Fontanetti). No disco, recém-editado pela gravadora Kuarup (inclusive no formato de CD), Tuia rebobina músicas de cepa mineira e pantaneira entre duas canções autorais, Flor (2012) e Céu (2020), esta gravada com Elba Ramalho. O repertório de Versões de vitrola vol. 1 inclui músicas de 14 Bis, Tavito (1948 – 2019) e Zé Geraldo, entre outros nomes. Do grupo mineiro 14 Bis, a escolhida foi Linda juventude (Flávio Venturini e Marcio Borges, 1982), ouvida no disco em versão acústica e em versão eletrificada com banda, ambas gravadas pelo cantor com Ana Vilela, em ponte feita com Tuia pelo produtor musical Juliano Cortuah, com quem a cantora também trabalha. De Tavito, Tuia recicla Começo, meio e fim (Tavito, Ney Azambuja e Paulo Sérgio Valle, 1979), música do primeiro álbum do artista mineiro, amplificada na gravação lançada em 1991 pelo grupo carioca Roupa Nova. Do também mineiro Zé Geraldo, Tuia regrava Senhorita (1981), um dos maiores sucessos de Geraldo. Tuia também rebobina Espanhola (Flávio Venturini e Guarabyra, 1977), navega nas águas de Chalana (Mário Zan e Arlindo Pinto, 1952) – clássico do universo pantaneiro – e revitaliza um lado B do cancioneiro autoral de Kiko Zambianchi, Tudo é possível (2000).