A família fez kits para as crianças terem atividades em casa. A divulgação e venda foi toda feita pelo celular. Papelaria familiar em SP enfrenta crise e aumenta faturamento
Além de lidar com a concorrência das grandes empresas, pequenos negócios de bairro agora também enfrentam a crise provocada pelo coronavírus. Uma papelaria familiar em São Paulo conseguiu sobreviver e até aumentar o faturamento.
Onde tem uma escola, tem papelaria do lado. Não é diferente num bairro da Zona Leste de São Paulo. O senhor Wilson toca o negócio desde os anos 1970. Enfrentou e sobreviveu ao sobe e desce da economia. Quando a papelaria fechou, por causa da pandemia, ele se manteve firme.
“A principio estávamos apreensivos. O que seria de nosso negócio? Mas fomos aos poucos buscando alternativa pra sair da situação de inércia. Com porta fechada. Não tínhamos o cliente presencial. E foi buscada alternativa pra isso", conta o empresário.
Com a ajuda das filhas, que agora são suas sócias, o senhor Wilson lançou kits para crianças terem atividades em casa. A divulgação desse e de outros produtos foi feita pelo celular e WhastApp, além de um cartar na porta da loja. A entrega por motoboy atraiu clientes até de outros bairros.
“Quem nos procura passamos informações até teste. Manda imagem do teste da caneta. A gente procura tornar isso cada vez mais real pra não ficar só imagem. Até vídeo fazemos pra ter noção do que ta comprando", explica Alessandra de Paula, uma das filhas do seu Wilson.
O aumento da presença digital não parou aí. Seu Wilson teve a ideia de vender produtos de papelaria em vários market places – grandes shoppings virtuais. "“Foi a grande sacada. Não só por recuperar faturamento, mas pra perspectiva pro futuro porque não sabemos como será o comércio presencial de rua até em shopping. Não sabemos como será daqui pra frente. Porque vendas digitais estão aumentando não podemos ficar de fora disso”.
A estratégia deu certo. Em maio a papelaria recuperou os 20% do faturamento perdidos em abril. E em junho ele já subiu 35%.
Mesmo com permissão pra abrir, a papelaria continua de portões fechados, por opção dos donos. O atendimento foi totalmente digitalizado. O cliente só vem retirar o que escolheu por foto ou recebe o produto em casa.
"É muito prático com internet é praticidade. Você vê o produto, consegue comprar e vem apenas retirar. Mas confesso que sinto falta de entrar e ver produtos e pegar na mão", conta a estudante Raissa Navarro.
"Na verdade, por segurança nossa e dos clientes, continuamos sem previsão de abrir. Continuamos fazendo vendas, ou retira ou entregamos, mas por enquanto manter dessa forma pra assegurar nossa saúde e do cliente e ver quanto tempo a pandemia vai continuar em alta", explica Alessandra.
Seu Wilson negociou o aluguel e conseguiu reduzir custos fixos em 25%. Para quem está desanimado, ele manda um recado: "“Não pense que essa situação atual vai fechar as portas. O que fecha as portas é o desânimo, é falta de buscar alternativas. Buscado saídas sempre vai achar".
PAPELARIA PAULA
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