Em tempos de pandemia, os restaurantes self-service mudam o formato. Agora, o cliente não pode mais se servir sozinho. Coronavírus: restaurantes por quilo se adaptam às novas regras
O modelo de restaurante de quilo, muito tradicional no Brasil, teve que se adaptar às novas regras com a reabertura na capital paulista. No novo self-service, o cliente não pode mais se servir sozinho no buffet de comidas.
Serviço rápido e barato. Com essas vantagens, o restaurante por quilo se popularizou no Brasil. São 270 mil espalhados pelo país e, em tempos de pandemia, tem mudança no formato.
O PEGN visitou um restaurante em São Paulo. A mudança começa na fila, com distanciamento e marcação adesiva. Foi colocado acrílico e só dois funcionários manipulam os pegadores e entregam para os clientes. “Buscamos informação com consultoria, foi tudo rápido. Contratamos funcionários para ajudar servindo clientes. É uma novidade, mas temos que nos unir para vencer”, relata o empresário Marcello Velloso.
O restaurante ficou 22 dias fechado, depois voltou a funcionar com delivery. Agora, com o novo modelo de quilo, o faturamento já chegou a 50% do que era. Mitzi Hasselmann, cliente do estabelecimento, gostou das mudanças. “A segurança é tudo, venho aqui por isso”.
Pelas regras da prefeitura de São Paulo, bares e restaurantes só podem abrir por um período de seis horas, até, no máximo, 17h.
Daniel Dualibi é infectologista e sócio de uma consultoria. Ele acha que o modelo não significa o fim do self-service. “Tem uma questão de segurança alimentar que agora estamos aprendendo com a pandemia. Só vai melhorar qualidade de serviço, não vai acabar. O self-service vai continuar com as mudanças que a pandemia trouxe”.
Um outro restaurante de São Paulo sempre trabalhou com comida por quilo. Durante o período em que ficou fechado, o dono Jefferson Carlos investiu no delivery. Não foi uma adaptação fácil. “Uma coisa é entregar comida por quilo. No buffet ela vai mais ao dente. Vai ficar cozinhando. No delivery, a comida é no ponto, a embalagem muda, a apresentação muda, o sabor muda, a entrega, o tempo”.
Com a reabertura ao público, Jefferson decidiu não voltar com o buffet de comida por quilo. Ele manteve o delivery e também serve nas mesas.
A ideia que mudou os rumos do negócio é a central de atenção que Jefferson criou logo ao implantar o delivery. Uma forma de ouvir reclamações dos clientes para melhorar o serviço que era novo. Só que virou um grande canal de comunicação e impulsionou as vendas do restaurante.
“Toda marmita que vendia, a gente ligava e perguntava se foi tudo bem. Os clientes foram dando toques, nos apoiando e orientando”. O restaurante faz doação de marmitas. Não demitiu e, sim, contratou mais funcionários. “Estamos com 60% do faturamento antigo. O foco é não deixar o restaurante fechar”, finaliza o empresário.
VELONETTO RESTAURANTE
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RESTAURANTE VILA ATALIBA
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