BCE está comprando enormes volumes de dívida e pagando aos bancos para emprestarem seu dinheiro, na esperança de salvar a economia do bloco até que a Europa esteja pronta para reabrir. O Banco Central Europeu deixou inalterada a política monetária como esperado nesta quinta-feira (16), dando uma pausa após série de medidas extraordinárias que testaram os limites e ajudaram a zona do euro a permanecer viva durante a recessão induzida pela pandemia de coronavírus.
Lidando com o maior colapso econômico na memória viva, o BCE já está comprando enormes volumes de dívida e pagando aos bancos para emprestarem seu dinheiro, na esperança de salvar a economia do bloco até que a Europa esteja pronta para reabrir após as paralisações sem precedentes por conta do coronavírus.
Mas muitas de suas decisões foram tomadas na pressa e em geral guiadas pelo esstresse do mercado, levando alguns críticos a pedir uma pausa para examinar a efetividade e qualquer efeito colateral não intencional da política monetária.
O BCE ainda deixou claro que está pronto para fazer mais a qualquer momento, reafirmando sua antiga orientação de impulsionar a economia.
"O Conselho continua pronto para ajustar todos os seus instrumentos, conforme apropriado", disse o BCE em comunicado, acrescentando esperar que as taxas de juros permaneçam nos níveis atuais ou mais baixos.
A pausa é sustentada por uma série de dados econômicos melhores do que o esperado após queda de dois dígitos no Produto Interno Bruto nos três meses até junho, sugerindo que a contração econômica da zona do euro pode não ter sido tão forte quanto alguns temiam.
Mas uma segunda onda da pandemia está levantando dúvidas sobre a velocidade da recuperação, ponto destacado pelo economista-chefe do BCE, Philip Lane, que argumenta que a Europa enfrenta uma recuperação do tipo "dois passos à frente, um para trás". Isso pode significar que dados melhores agora dão pouca orientação sobre a trajetória à frente.
Com a decisão desta quinta-feira, o BCE continua a caminho de comprar até 1,35 trilhão de euros em dívida até junho próximo segundo seu Programa Pandêmico de Compras de Emergência e até 1,8 trilhão de euros se outras comapras também forem incluídas.
Também manteve sua taxa de depósito na mínima recorde de -0,5%, quanto a principal taxa de refinanciamento permaneceu em zero.