Impacto na tarifa será diluído até 2025, porque os custos de transmissão já foram incluídos no empréstimo que socorreu o setor elétrico durante a pandemia da Covid-19. A diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu nesta terça-feira (14) elevar em 26,6% a tarifa de transmissão de energia para o ciclo 2020-2021.
Com a decisão, o valor total a ser cobrado passará de R$ 27,63 bilhões para R$ 34,9 bilhões. Segundo a Aneel, a mudança deve gerar um impacto médio de 3,92% nas contas de energia.
Entre os motivos da alta na remuneração das distribuidoras, está a entrada em operação de novas linhas.
Segundo a Aneel, o impacto previsto para a tarifa não será aplicado de imediato. Ele será diluído ao longo de cinco anos, já que esse custo foi incluido no empréstimo de quase R$ 15 bilhões de socorro ao setor elétrico.
Governo anunciou socorro ao setor elétrico após queda do uso industrial e comercial de energia na pandemia
A maior parte do empréstimo tomado pelas distribuidoras de energia vai servir para cobrir um buraco financeiro no setor elétrico causado pela queda no consumo de energia e aumento da inadimplência durante a pandemia do novo coronavírus.
O empréstimo também considera outros custos, como o encarecimento da energia produzida pela hidrelétrica de Itaipu – motivado pela disparada do dólar – e o aumento no valor pago para remunerar o serviço de transmissão de energia.
O empréstimo será pago com recursos que virão de um encargo a ser cobrado nas contas de luz a partir de 2021. A previsão é que o empréstimo seja incluído na conta de luz, ou seja, quitado progressivamente pelo pagamento dos usuários, ao longo de cinco anos.
Como cada distribuidora receberá um valor diferente de empréstimo, o valor a ser pago por cada consumidor também vai variar.