Escritório da Globant em Buenos Aires (Globant/Divulgação)
Uma empresa argentina virou assunto em Wall Street, é avaliada em 6,5 bilhões de dólares (mais de 30 bilhões de reais) e não é o Mercado Livre. É a Globant, desenvolvedora de softwares que hoje tem escritórios em 16 países e 12.500 funcionários e é terceira empresa mais valiosa da Argentina, atrás apenas de Mercado Livre e Tenaris.
A companhia nasceu em 2003, fundada por quatro jovens engenheiros. Desde o início, a meta dos fundadores era criar uma empresa global, pouco dependente da complicada economia argentina. Aos poucos, a empresa foi atraindo a atenção de investidores. Nos primeiros anos recebeu aporte do FS Partners, um fundo de investimentos argentino, e do Riverwood Capital.
Em 2006, passou a ser o primeiro provedor externo do Google. Em 2014, abiu capital na bolsa de valores de Nova Yorque, nos Estados Unidos. Uma das estratégias para crescer foram as aquisições. Desde 2003, a Globant comprou 15 empresas.
No IPO em 2014, a ação era negociada a 10 dólares; hoje vale 163 dólares, uma alta de 1.600%. Hoje é estudada em universidades como Harvard, MIT e Stanford.
A Globant trabalha para clientes como Google, Disney, Santander e JP Morgan. Na Disney, é responsável por exemplo pelas pulseiras digitais e pelo aplicativo que dão acesso a atrações nos parques temáticos da gigante do entretenimento. Em 2019, faturou 659 milhões de dólares.
Mercado Livre
A Globant não é a única empresa argentina que vive um ótimo momento. Com as ações listadas na Nasdaq, a principal bolsa de tecnologia do mundo, a plataforma de vendas on-line Mercado Livre atingiu 50 bilhões de dólares de valor de mercado na semana passada – montante é equivalente ao da Magazine Luiza, Via Varejo, B2W e Lojas Americanas juntas.
Se a empresa argentina fosse listada na bolsa de valores brasileira, a B3, seu valor de mercado seria o terceiro maior, perdendo apenas para Vale e Petrobrás, com cerca de 5 bilhões de dólares a mais de valor de mercado.
O patamar dos 50 bilhões de dólares foi atingido pelo Mercado Livre, após suas ações acumularem alta de 75% no ano, passando de 571,94 dólares para pouco mais de 1.000 dólares por papel. Mesmo sendo negociada na bolsa que mais subiu durante a pandemia, a valorização da companhia também deixa para trás o índice Nasdaq, que subiu cerca 16% no ano.