Vocalista do Jota Quest e Sideral lançam 'Essas Canções de Amor', música feita a partir de poema de Cazuza. Desde 2015, eles fazem shows de tributo ao cantor que morreu há 30 anos. Rogério Flausino, do Jota Quest, e Sideral lançaram nesta terça-feira (7) "Essas Canções de Amor", música feita a partir de um poema de Cazuza. A morte do cantor completou 30 anos no dia do lançamento. Desde 2016, os dois irmãos fazem shows em homenagem a ele. O mesmo poema, "Não Reclamo", havia sido musicado por George Israel (ex-Kid Abelha), em 2004. A nova versão foi feita por Sideral, cantor e compositor de músicas como "Fácil", do Jota Quest. "Sideral sempre foi o compositor lá de casa. Ele pegou o livro de poemas e foi atrás com muita voracidade dessa influência muito forte pra nós do Cazuza, do Barão", recorda Flausino, em entrevista ao G1. Em 2015, o cantor mineiro de 48 anos se encontrou com Lucinha Araújo, mãe de Cazuza, em Nova York, na casa da Paula Lavigne. Ele lembrou Lucinha que havia participado de um projeto com vários artistas musicando poemas do filho dela. O Jota Quest tinha musicado "O amor é brega". Hoje, Flausino e Sideral seguem nesse processo criar novas versões a partir de poemas de Cazuza. "Quando o Sideral apareceu com essa música, eu fiquei muito impressionado e começamos a cantar nos shows do nosso projeto", conta. Wilson Sideral e Rogério Flausino em show com homenagem a Cazuza Divulgação "As pessoas começaram a cantar essa música como se elas conhecessem. O refrão é muito forte e tudo mais. É muito emocionante para nós dois interpretar uma canção nova do Cazuza, inédita, e as pessoas se identificaram muito rapidamente com aquilo. " Flausino vê essa ideia de musicar poemas de Cazuza como "uma forma de homenageá-lo e de ficar mais perto dele". "Dessa figura tão bacana, forte, vigorosa", adjetiva. "A gente tem tentado emanar aquela vibração que existia, as influências de blues, de rock e depois a segunda fase do Cazuza, da MPB, da bossa nova e tal", explica o cantor. Fazendo shows ou lançando músicas, ele diz, o objetivo é seguir a "cartilha do Cazuza, de toda a obra, que começa com Barão e termina com Cartola". Outro letrista contundente Ao ser perguntando se as letras de Cazuza envelheceram bem, Flausino começa com uma resposta direta, mas depois divaga. "Elas continuam extremamente atuais. É uma coisa incrível, cada verso do Cazuza é uma facada, né?", responde. "Pra gente que vive de fazer música, de tentar evoluir poeticamente, tentar entender tudo isso, ele é muito genial, muito forte. Eu diria que é difícil encontrar hoje alguém que a gente pudesse enxergar com essa contundência do Cazuza. Eu gosto muito, por exemplo, do Emicida". Flausino diz que Emicida "é um menino que consegue externar isso de uma forma… tem uma caneta muito afiada". "É um menino muito inteligente e sensível, que consegue ter a sensibilidade. Ele pode falar de amor, de romance, de delicadeza, mas consegue dar uma facada e tal", completa. Mas mesmo citando o rapper paulistano, ele faz uma ressalva: "Não que a gente tenha que encontrar figuras de hoje que se pareçam com aquela. Eu gostaria muito de ter essa contundência que o Cazuza tem. Ter essa voracidade poética. Por isso a nossa vontade de estar o mais perto dele possível." "O Cazuza tem uma coisa de eternidade que é muito danada, velho", resume Flausino. Rogério Flausino e Sideral em capa do single 'Essas canções de amor' Divulgação