Reflexo da pandemia, o volume de operações caiu 13,6% em relação ao mesmo período de 2019. As companhias brasileiras captaram R$ 150 bilhões no mercado de capitais doméstico durante o primeiro semestre, segundo balanço da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Reflexo da pandemia de Covid-19, o volume de operações caiu 13,6% em relação ao mesmo período de 2019. Na primeira metade do ano passado, os recursos obtidos pelas empresas alcançaram R$ 173,8 bilhões. Imagem do interior da B3, Bolsa de Valores de SP Cris Faga/Estadão Conteúdo Se forem incluídas as operações no mercado externo, convertidas em reais, o total dos primeiros seis meses deste ano sobe para R$ 217,5 bilhões, volume muito próximo dos R$ 221,6 bilhões no mesmo intervalo de 2019. "O mercado de capitais iniciou o ano bastante aquecido, mas desacelerou momentaneamente pela pandemia. Ainda assim, o resultado do primeiro semestre ficou próximo ao registrado no ano passado", afirma o vice-presidente da Anbima, José Eduardo Laloni. No mercado local, as debêntures permaneceram na liderança como instrumentos de captação, com 32,4% do volume total até junho. O montante de R$ 48,6 bilhões, entretanto, é 50% menor do que o registrado no primeiro semestre de 2019, quando as companhias obtiveram R$ 98,6 bilhões. No início da pandemia as emissões de notas promissórias foram destaque entre as emissões de renda fixa, como alternativa para o reforço dos caixas das empresas: em abril, bateram o recorde mensal de emissões e fecharam o semestre com R$ 18,9 bilhões, o que representa alta de 92% sobre o mesmo período do ano passado. Na renda variável, as ofertas deste ano representaram 24,6% do total emitido no mercado de capitais. O volume de R$ 36,9 bilhões apurado no primeiro semestre é 52,6% maior do que no mesmo intervalo de 2019. O destaque ficou para os follow-ons (ofertas subsequentes de ações), que atingiram R$ 32,6 bilhões. Entre os IPOs (ofertas iniciais de ações), o total de R$ 4,3 bilhões é quase cinco vezes maior do que os R$ 772 milhões registrados entre janeiro e junho do ano passado. Desde o início da pandemia, 21 ofertas de ações foram interrompidas e duas canceladas. A partir de maio, quatro já foram retomadas. No mercado externo, 12 operações foram realizadas no semestre, totalizando R$ 67,4 bilhões. Os destaques foram as emissões de bônus do Tesouro, em junho, e da Petrobras, em maio, com volumes de R$ 16,4 bilhões e R$ 17,1 bilhões, respectivamente.