O Reino Unido deixou de exigir 14 dias de quarentena aos viajantes que chegarem de 50 países. Quem chegar do Brasil ainda é obrigado a observar o período em isolamento completo. Placas tentam estabelecer distanciamento mínimo para filas em quiosques de comida e bebida em Brighton, cidade na Inglaterra que ficou com praias lotadas nesta quarta-feira (24) Paul Childs/Reuters Os viajantes que chegarem à Inglaterra procedentes de cerca de 50 países, incluindo a Espanha, estarão isentos da quarentena de 14 dias imposta pelo governo britânico – informou Londres nesta sexta-feira (3). Entre os países da lista não está o Brasil. Isso significa que os viajantes provenientes do Brasil precisarão ficar em isolamento pleno durante duas semanas. A partir de 10 de julho, aqueles que entrarem no território inglês partindo de locais com baixa taxa de infecção pela Covid-19 não serão obrigados a se isolar, como foi o caso desde 8 de junho para britânicos e estrangeiros. Reino Unido anuncia plano de volta às aulas na Inglaterra para setembro O governo do premiê Boris Johnson antecipou que Espanha, França, Itália e Alemanha estão entre esses países. União Europeia autoriza entrada de turistas de 15 países; Brasil está fora da lista Essas isenções não se aplicam, porém, às pessoas que chegam ao Reino Unido pela Escócia, País de Gales, ou Irlanda do Norte, regiões autônomas que decidem suas próprias medidas contra a pandemia do coronavírus. Nestes casos, as infrações continuarão sendo punidas com multa. "Eu realmente espero que as quatro nações possam avançar no mesmo ritmo. Isso facilitaria muito as coisas para as pessoas, mas cabe a elas tomarem essas decisões", afirmou o ministro dos Transportes, Grant Shapps, à rede BBC. Passageiros que saem dos Estados Unidos em direção à Inglaterra não serão exceção às regras de quarentena, disse Shapps. Questionado se os EUA estariam em uma "lista vermelha" de países aos quais se aplicará um período de quarentena de 14 dias, Shapps disse: "Receio que estejam". "Os EUA, desde muito cedo, proibiram voos do Reino Unido e da Europa para que não haja um acordo recíproco", disse ele à BBC. O Reino Unido é um dos países europeus mais afetados pela pandemia, com pelo menos 44 mil mortes. O número de casos está diminuindo rapidamente, e o Executivo foi suspendendo neste mês, gradualmente, as restrições do confinamento imposto em 23 de março passado. Neste sábado (4), a Inglaterra dá seu maior passo até agora no desconfinamento, com a reabertura de bares, restaurantes, hotéis e "campings", assim como cinemas e museus. Johnson deve convocar o país a continuar agindo com prudência e responsabilidade, durante uma entrevista coletiva no final da tarde, especialmente depois que a cidade de Leicester, no centro da Inglaterra, teve de retornar ao confinamento esta semana, devido a um aumento significativo de infecções. "Ainda não estamos fora de perigo. O vírus ainda está conosco, e o pico em Leicester mostrou isso", dirá Johnson, conforme trecho de seu discurso antecipado por Downing Street. A flexibilização da quarentena era uma medida esperada tanto pelo setor de turismo local quanto pelos britânicos, que este ano pareciam resignados a passar as férias de verão em seu país, em vez de voarem para as praias do sul da Europa, ou do Caribe. Sua imposição irritou as companhias aéreas, com algumas adotando medidas legais contra o governo, e levou outros países a optarem por restrições semelhantes, com base no princípio de reciprocidade. Patricia Yates, diretora do Visit Britain, escritório de turismo do Reino Unido, recebeu hoje o "impulso oportuno para o setor de turismo no início da alta temporada". Para a companhia aérea britânica EasyJet, foi um "gesto importante".