Projeto prevê iluminação de led na estrada, câmeras a cada 500 metros, terceira e quarta faixa e uma nova descida da Serra das Araras. O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, confirmou nesta segunda-feira (29) que a futura concessão da rodovia Presidente Dutra (BR-116) vai incorporar a rodovia Rio-Santos (BR-101), com previsão investimentos desde a saída do Rio de Janeiro até a chegada em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. "Incorporamos a Rio-Santos para dentro da concessão porque tinha fôlego, caixa financeiro para isso", disse o ministro, durante live realizada pela FGV Transportes. O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, concede entrevista após participação no Fórum de Líderes da Associação Latino-Americana de Transporte Aéreo (ALTA), em Brasília Laís Lis/G1 Sem especificar data, o ministro disse que o projeto da Rodovia Presidente Dutra está para ser enviado ao Tribunal de Contas da União (TCU), com previsão de investimentos de R$ 14 bilhões. O projeto prevê iluminação de led na estrada, câmeras a cada 500 metros, terceira e quarta faixa e uma nova descida da Serra das Araras. Na Rio-Santos, o projeto prevê duplicar a rodovia do Rio até o município de Angra dos Reis. O trecho restante até Ubatuba receberia obras de "adequação de capacidade". O ministro lembrou que o projeto final resulta de audiências públicas, quando sofreu uma série de modificações pelos participantes. Freitas mostrou-se otimista com a concessão da rodovia, prevista para o próximo ano. Segundo ele, nove empresas marcaram reuniões para tratar do projeto. Delas, três seriam empresas estrangeiras ainda sem investimentos no país. “Sabemos que vai ter leilão extremamente concorrido”, disse. Crise não tirou liquidez do mercado Tarcísio disse também que a crise provocada pela pandemia de Covid-19 não retirou liquidez do mercado para investimentos em infraestrutura. Segundo ele, o investidor apenas está em "compasso de espera" para identificar as melhores oportunidades. Mercado piora previsão para o PIB de 2020 e vê novo corte nos juros Boletim divulgado na semana passada pela Secretária de Política Econômica, do Ministério da Economia, mostrou que a crise desacelerou novas operações no mercado de capitais para financiamentos a projetos de infraestrutura e logística. No ano, até abril, as emissões de debêntures incentivadas somaram R$ 3,84 bilhões, queda de 40% em relação ao mesmo período de 2019. Para trazer esses investidores, o ministro afirmou que o país precisa oferecer um portfólio amplo de oportunidades de investimentos. "Ninguém se prepara para entrar num país, estudar o sistema tributário, a legislação, para participar de um único leilão. Há dispêndios nisso. Quando oferecemos portfólio, aumentamos a atratividade", disse ele. O ministro citou como exemplo a expectativa de leiloar no próximo ano 3,8 mil quilômetros de rodovias no Paraná, que devem gerar investimentos de cerca de R$ 50 bilhões. Ele também citou a expectativa da nova concessão da rodovia Presidente Dutra, que liga São Paulo e Rio de Janeiro, cujo contrato vence em 2021. "O investidor percebe que se perder um ativo, tem outro. Então, trabalha para ganhar outro leilão porque sabe que terá oportunidades de mais ativos e de sinergia", explicou Tarcísio. "O investidor pode compartilhar centros de operação, otimizar custos." O ministro reiterou ainda que espera leiloar 43 aeroportos até o final do governo Bolsonaro, incluindo relicitação de Viracopos, além do bloco que aeroportos que vai incluir o aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro. Ao todo, o governo prevê atrair R$ 250 bilhões de investimento estrangeiro em infraestrutura nos próximos anos.