'O pior momento parece estar ficando para trás, mas a elevada incerteza deixa o cenário de retomada ainda sem precisão', afirma pesquisador da FGV. O Índice de Confiança de Serviços (ICS), da Fundação Getulio Vargas, subiu 11,2 pontos em junho, na segunda alta seguida, alcançando 71,7 pontos. Apesar de ter acumulado 20,6 pontos em dois meses, o índice recuperou apenas 48% das perdas sofridas no bimestre março-abril.
“Apesar da expressiva alta de junho, é preciso cautela porque a base de comparação é muito baixa. Outro ponto a ser considerado é a dinâmica dessa recuperação, ainda muito mais influenciada pela melhora das expectativas com os próximos meses. O pior momento parece estar ficando para trás, mas a elevada incerteza deixa o cenário de retomada ainda sem precisão”, avaliou Rodolpho Tobler, economista da FGV IBRE.
O Índice de Situação Atual (ISA-S) subiu 7,0 pontos, para 64,0 pontos, ainda assim fechando o semestre com perda de 28,9 pontos no ano. O Índice de Expectativas (IE-S) cresceu 15,1 pontos, para 79,8 pontos, e mesmo acumulando 32,5 pontos de crescimento nos meses de maio e junho, isso não foi suficiente para retornar ainda ao nível pré-pandemia.
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) do setor de serviços diminuiu 0,8 ponto percentual para 77,2%, atingindo um novo mínimo histórico da série iniciada em abril de 2013. Contudo, a queda nesse mês foi inferior às apresentadas em abril (-3,5 p.p.) e em maio (-1,5 p.p.).
"A recuperação dos dados mensais mostra que o terceiro trimestre pode ser menos negativo do que se observou neste último trimestre", destacou a FGV.
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