Live do G1 discutiu futuro da economia pós-pandemia. Economistas e influenciadora falaram sobre a importância do auxílio aos micro e pequenos empresários durante a crise; VEJA VÍDEO. Nath Finanças comenta a importância de ajudar o pequeno empreendedor Agora é assim? Live discute o futuro da economia após a pandemia A retomada da economia pós-pandemia do novo coronavírus tem relação direta com o apoio que será dado aos empreendedores, segundo especialistas que participaram da live "Agora é assim?", do G1, na última sexta-feira (26). Assista aqui ao papo na íntegra. Semanalmente, repórteres do G1 debatem com convidados, ao vivo, o legado que a pandemia deve deixar. Serão discutidas as mudanças no dia a dia, as novas formas de trabalho e lazer, a transformação na nossa relação com a tecnologia, entre outros temas. A live vai ao ar todas as sextas. Assista a todos os trechos da conversa sobre economia Live já discutiu mudanças na fé, na educação e nos relacionamentos; clique nos links para assistir Nesta sexta, a conversa foi sobre o futuro da economia após a pandemia. Participaram a economista e professora da Universidade Johns Hopkins, Monica de Bolle, a influenciadora Nathália Rodrigues, a Nath Finanças, e o economista, escritor e filósofo Eduardo Giannetti. O trio concorda que os programas de crédito e apoio à micro e pequena empresa no Brasil estão funcionando com dificuldades, o que pode tornar a retomada econômica muito mais lenta. "Se apoio que [o governo] dá às micro e pequenas empresas não for consistente, muitas delas desnecessariamente vão desaparecer", diz Gianetti. "Assim, cai a arrecadação tributária. O déficit público aumenta e a dúvida sobe em relação ao PIB. Quanto mais eficiente for o suporte que for dado agora, menos vai ser o estrago no tempo", explica o economista. "A arrecadação tributária se não voltar, não tem cenário que resolva." Como o G1 mostrou ao longo dos meses de maio e junho, o acesso a crédito por micro e pequenas empresas está represado por bancos e financeiras, deixando os empreendedores à própria sorte. Em caso de quebra generalizada, o impacto não será apenas no plano fiscal: a situação de desemprego em todo o país deve se acentuar com rapidez. Nathália Rodrigues lembra que micro e pequenas empresas são as maiores empregadoras do país e a criação de novas vagas de trabalho formais, portanto, depende dos pequenos negócios. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), micro e pequenos empreendimentos criaram 731 mil vagas formais em 2019. As grandes empresas fecharam 88 mil postos com carteira assinada no período. "Isso mostra o quanto as pequenas empresas têm a sua importância. Não é para desmerecê-las", diz Nathália Rodrigues. "Os pequenos negócio criaram emprego, dão resultado e transformam a realidade daquelas pessoas que moram ali, principalmente para quem mora na periferia. Isso gera renda e oportunidades", explica. A economista Monica de Bolle lembra que deixar pequenas empresas desassistidas gera uma concentração de grandes empresas dominando determinados setores da economia. São movimentos como esse que impactam a concorrência, competitividade e produtividade. "A concentração é muito pior para crescimento – para não falar, como disse a Nath muito corretamente, dos empregos –, vai afetar a capacidade de criação futura de emprego na economia", diz. Economistas analisam medidas tomadas pelo governo durante a pandemia Tem saída? Em um cenário de crédito difícil, Nathália Rodrigues conta como fez para que sua empresa sobrevivesse à crise. Como não seria diferente para uma conselheira de finanças, diz que só resistiu à crise pois fez desde o início um planejamento de caixa, sem misturar as despesas correntes com o que retira da empresa como salário e benefícios, como vale-refeição. "A principal dica é fazer o fluxo de caixa da sua empresa, saber o saldo que você tem ali, porque, se não souber, vai ficar perdido e vai ficar desesperado para negociar as suas dividas", diz. "Pode pedir empréstimo, mas depois de fazer a comparação dos juros e o que é mais vantajoso." A produtora de conteúdo recomenda ainda uma conversa com os colaboradores para abrir a situação que a empresa passa e o que o empreendedor está fazendo para tentar resolver. Em momento de crédito escasso, lembra que é importante reservar espaço nas contas para uma reserva de emergência. "Se eu não tivesse uma reserva na minha empresa, com certeza estaria quebrada", afirma. "Anote seu fluxo de caixa, mas também tente renegociar suas dívidas. Converse com outros pequenos [empresários], porque assim conseguem trocar informações e ajudar uns aos outros." live agora é assim economia Savio Ladeira/G1 .