País tem se oposto ao acordo entre UE e Mercosul por questões ambientais; no domingo, eleição municipal foi marcada por 'onda verde'. O presidente da França, Emanuel Macron, reforçou nesta segunda-feira (29) a agenda ambiental do seu governo e reiterou que as negociações com o Mercosul estão interrompidas. Emmanuel Macron, da França, durante conferência em Munique, em 15 de fevereiro de 2020 Andreas Gebert/Reuters A França tem se oposto ao acordo entre Mercosul e União Europeia – assinado em junho do ano passado – por causa das questões ambientais, como a não efetiva implementação do Acordo de Paris sobre Mudanças Climáticas, que inclui, entre outros assuntos, combater o desmatamento e a redução da emissão de gases do efeito estufa. O governo brasileiro tem sido o principal alvo de reclamação dos franceses. “Parei completamente as negociações (com o Mercosul) e os últimos relatórios que nos foram submetidos me asseguram da minha decisão", disse Macron. Nesta segunda, o presidente francês prometeu injetar 15 bilhões de euro em políticas ambientais, um dia depois de o país ver o crescimento dos Verdes na eleição municipal. Acordo entre Mercosul e União Europeia: o que prevê o texto O que o acordo comercial UE-Mercosul diz sobre meio ambiente Para o acordo entre os dois blocos entrar em vigor, ele tem de ser aprovado pelo parlamento de todos os países. A questão climática tem aumentado a resistência de países europeus em relação ao acordo com o Mercosul. Neste mês, cinco Organizações Não-Governamentais pediram à Defensora Pública Europeia, Emily O'Reilly, que suspenda o processo de ratificação do acordo entre a UE e o Mercosul, considerando que Bruxelas não levou em consideração o impacto ambiental do acordo.