As despesas financeiras saltaram de R$ 16,2 milhões para R$ 209,2 milhões em um ano. Arma, modelo taurus, em cintura de agente penitenciário do DF TV Globo/Reprodução A Taurus Armas registrou um prejuízo líquido de R$ 157,1 milhões no 1º trimestre de 2020, revertendo um lucro de R$ 4 milhões observado no mesmo trimestre do ano passado. O resultado foi fortemente afetado pelo aumento das despesas financeiras devido à valorização do dólar ante o real. A receita operacional líquida da fabricante de armas, no entanto, cresceu 18,3% no período, somando 298,3 milhões. Dado que 81,2% do total da receita foi obtida com a venda de armas no mercado internacional, a valorização do dólar contribuiu para o resultado obtido, ao converter tal receita para reais. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) aumentou 17,9% no trimestre, na comparação com o mesmo período do ano anterior, e somou R$ 45,4 milhões. A margem Ebitda caiu 0,1 ponto percentual, ficando em 15,2% no período. A linha final foi impactada pelo forte aumento das despesas financeiras que saltaram de R$ 16,2 milhões para R$ 209,2 milhões em um ano, sendo que, desse total, R$ 195,4 milhões, ou 93,4%, são referentes às variações cambiais. Já as despesas operacionais tiveram uma alta de 3,3% o trimestre, somando R$ 63,2 milhões, e foram diluídas pelo aumento de 18,3% na receita líquida no mesmo período. A produção total de armas da companhia caiu 14,8% no primeiro trimestre, somando um total de 263 mil armas produzidas. No mercado brasileiro, a produção permaneceu estável, sendo responsável por 82,9% do total, mas no mercado americano encolheu 51% no período. Segundo a empresa, essa tendência deve se reverter nos próximos trimestres, pois a unidade americana passa por uma reestruturação operacional e de gestão já realizada na unidade brasileira visando ganho de eficiência e produtividade. A covid-19 não afetou a produção de armas da Taurus no primeiro trimestre, segundo a própria companhia, pela atividade ser classificada como essencial. “A Taurus não enfrentou, até o momento, dificuldades com relação ao fornecimento de insumos e componentes. Foram realizadas adequações na operação de forma a reduzir o fluxo, o contato e as aglomerações de pessoas, incluindo o revezamento de turnos e a introdução de sistema de escalas, sem prejuízo ao nível de emprego ou à produção”, disse a empresa em nota. As vendas de armas no Brasil somaram 52,1 mil unidades no primeiro trimestre, superando em 4,2% as vendas do trimestre anterior e mais do que dobrando (111,2%) em relação ao volume vendido no mesmo trimestre do ano passado. A maior procura tem sido pelos calibres até então restritos, como 9mm e fuzis, que incorporam maior valor agregado e, portanto, melhor rentabilidade para a companhia.