Após cair em cinco das últimas seis sessões, o índice pan-europeu Stoxx Europe 600 terminou o dia em alta de 2,90%, a 363,33 pontos. Bolsa de Frankfurt, a principal da Alemanha Kai Pfaffenbach/Reuters As bolsas da Europa fecharam em forte alta nesta terça-feira (16). O ânimo com novos estímulos anunciados pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e pelo Banco do Japão (BoJ) se sobrepuseram às notícias preocupantes do ressurgimento de uma nova onda de covid-19 na China e nos Estados Unidos. Após cair em cinco das últimas seis sessões, o índice pan-europeu Stoxx Europe 600 terminou o dia em alta de 2,90%, a 363,33 pontos, enquanto o DAX, referência da Bolsa de Frankfurt, subiu 3,39%, a 12.315,66 pontos, o FTSE 100, de Londres, avançou 2,94%, a 6.242,79 pontos, e o CAC 40, de Paris, ganhou 2,84, a 4.952,46 pontos. Na Bolsa de Milão, os ganhos do FTSE MIB foram de 3,46% e, em Madri, o Ibex 35 subiu 3,25%. O Fed anunciou na segunda (15), depois que os mercados europeus já estavam fechados, que começará a comprar uma carteira ampla e diversificada de títulos corporativos individuais, e não somente fundos negociados em bolsa (ETFs) como havia sido informado anteriormente. Além disso, o Banco do Japão estendeu, nesta terça-feira, seu pacote de empréstimos corporativos de US$ 690 bilhões para cerca de US$ 1 trilhão. “Se havia alguma dúvida sobre a benevolência dos bancos centrais ou governos de todo o mundo para cobrir as costas da Main Street, deixe esse medo de lado. As torneiras estão abrindo mais rápido do que nunca, e os investidores estão tropeçando um no outro para comprar qualquer ação em oferta hoje incentivada pelo argumento da parede de dinheiro. Os investidores pressionaram incansavelmente o botão comprar nesta manhã”, escreveu, em nota a clientes, o estrategista-chefe da AxiCorp, Stephen Innes. “Com os temores da segunda onda [de covid-19] desviados, os investidores estão tendo visões da economia voltando a todos os sistemas pré-pandêmicos e se divertindo com o estímulo global incompreensivelmente grande que acabará por encontrar seu caminho em todos os ativos líquidos imagináveis”, acrescentou Innes. Nova onda de covid-19 Separadamente, a Casa Branca está considerando uma proposta de gastos em infraestrutura de US$ 1 trilhão, de acordo com uma matéria publicada pela agência Bloomberg. Contudo, as notícias sobre o recrudescimento de novos casos de covid-19 seguem no radar e podem voltar a preocupar. Na Flórida, os casos da doença saltaram 3,6%, muito acima da média de 7 dias que era de 2,5%. As hospitalizações pelo vírus no Texas aumentaram 8,3%, o maior avanço em duas semanas. E, em Pequim, o nível de alerta foi elevado, com autoridades aconselhando as pessoas a não viajarem para fora da cidade, a não ser em casos urgentes. Escolas também foram fechadas na capital chinesa, mas nenhuma ordem de paralisação foi emitida para fábricas. “O apetite ao risco pode não sobreviver a outro bloqueio na China, porque isso provavelmente significa que a Europa e os EUA não estão nem perto do fim de suas batalhas contra o novo coronavírus. O movimento de estímulos está intacto, mas a incerteza do vírus que volta para a China impedirá que as ações americanas recuperem todas as perdas da semana passada”, apontou o analista da corretora Oanda em Nova York, Edward Moya. Em depoimento no Senado americano, o presidente do Fed reforçou alertas de que a recuperação econômica não deve ser tão rápida quanto o mercado deseja, apesar de sinais positivos como o aumento de 17,7% nas vendas do varejo dos EUA em maio ante abril. Mas os investidores parecem não ter encontrado razão para perder o apetite ao risco hoje. Investigação contra Apple No noticiário corporativo, destaque para a abertura de investigações da União Europeia contra a Apple por supostas práticas antitruste. A Comissão Europeia, o braço executivo da UE, disse que avaliará se as regras da Apple para desenvolvedores de aplicativos na distribuição por meio da App Store violam as regras de concorrência do bloco. Embora as empresas possam colocar seus aplicativos na App Store sem nenhum custo, a Apple cobra 30% das empresas nas compras por meio do aplicativo e 30% nas assinaturas do primeiro ano, taxa que depois vai para 15%. O Spotify, que concorre diretamente com a Apple Music, considera a prática injusta e apresentou uma queixa formal em março de 2019. A Kobo, uma empresa de leitores eletrônicos que concorre com a Apple Books, também registrou uma queixa.