'Quando a gira girou', samba feito com Serginho Meriti, é o maior sucesso do cancioneiro do artista. ♪ OBITUÁRIO – “Estamos de passagem, tudo ficará, não levaremos nada, só a certeza de uma vida repleta de felicidade com tantos amigos e familiares que tive…”. A reflexão escrita pelo compositor, cantor e músico carioca Claudinho Guimarães (1970 – 2020) em rede social, em postagem feita em 31 de maio, passou a soar premonitória. No domingo, 14 de junho, o “compositor cantante” – como o artista se caracterizou na sequência do texto dessa postagem – morreu aos 50 anos, vítima de infarto, sofrido em Maricá (RJ), cidade fluminense onde morava com a família. Herdado da mãe Gina, cantora da noite, o gosto pelo samba deu projeção a Claudinho Guimarães. Foi como compositor de sambas que o artista fez nome a partir dos anos 2000 ao ser gravado por cantores como Alcione, Diogo Nogueira e, sobretudo, Zeca Pagodinho. A propósito, o samba de maior popularidade do compositor, Quando a gira girou, feito por Claudinho com Serginho Meriti, foi lançado em 2006 na voz de Zeca Pagodinho, também intérprete original de Shopping móvel (parceria com Luizinho Toblow, de 2000), Lá vai marola (outro samba de Claudinho e Serginho Meriti, de 2003) e Sujeito pacato (mais um samba de Claudinho e Meriti, de 2008). Já Alcione gravou Umas e outras em 2005, Mangueira é mãe em 2007 e Eu vou pra Lapa em 2010 – três sambas de Claudinho com o recorrente parceiro Serginho Meriti. A dupla de compositores também assinou Da melhor qualili, samba gravado por Diogo Nogueira em 2010. Antes de se firmar como compositor, Claudinho Guimarães atuou com músico, tocando cavaquinho em discos e shows de bambas como Almir Guineto (1946 – 2017), Arlindo Cruz, Monarco e Nelson Sargento, entre outros. Na medida em que se firmou como compositor, Claudinho Guimarães também se assumiu cantor, ou “cantante”, tendo gravado os álbuns Luz do criador (2009) e De bem com a vida (2013). A precoce saída de cena do artista, aos 50 anos, enlutou o universo do samba carioca.