Música integra o álbum 'Meu coração escuta e dita em silêncio', previsto para ser lançado em agosto com as participações da cantora Luedji Luna e da poeta Bell Puã. Capa do single 'História antiga', de Zé Manoel Ilustração de Rodrigo Fróes Resenha de single Título: História antiga Artista: Zé Manoel Compositor: Zé Manoel Gravadora: Joia Moderna Cotação: * * * * ♪ Cinco anos após ter ganhado visibilidade e prestígio na mídia e no meio musical com a edição de Canção e silêncio (2015), álbum autoral em que mostrou os dotes de compositor e pianista de mão cheia, Zé Manoel se prepara para pôr no mercado fonográfico nova safra de canções. Terceiro álbum autoral de estúdio desse artista pernambucano residente na cidade de São Paulo (SP), Meu coração escuta e dita em silêncio chega em agosto, através da gravadora Joia Moderna, com produção musical assinada pelo baixista Luisão Pereira. Com nove canções autorais, entre elas Pra iluminar o rolê (música de nome sugerido pela atriz e escritora Elisa Lucinda) e Notre historie (parceria de Zé Manoel com o baterista Stephane San Juan), o álbum Meu coração escuta e dita em silêncio tem participações da poeta pernambucana Bell Puã e da cantora baiana Luedji Luna. Os arranjos das nove faixas foram divididos entre os músicos Alberto Continentino, Rafael Marques e Stephane San Juan. Primeiro single do álbum Meu coração escuta e dita em silêncio, História antiga já está disponível desde segunda-feira, 8 de junho, e endossa o talento de Zé Manoel como compositor de músicas requintadas. Com capa que expõe ilustração de Rodrigo Fróes, o single História antiga rebobina com melancolia – amplificada pelo toque do piano do artista – narrativa ancestral que vem de civilizações envelhecidas e que se repetiu no Brasil injusto ao longo do ano passado. Situada em 2019, a História antiga de Zé Manoel soa extremamente atual no esfacelado Brasil de 2020 – o que potencializa a grandeza da música, gravada com os toques sutis da guitarra, do baixo e do synth de Luisão Pereira, produtor do disco mixado e masterizado por Alberico Júnior. História antiga desenterra injustiças ancestrais como soluçar de dor que precisa ser ouvido nos cantos do Brasil para que a narrativa do país se renove e faça justiça à força seminal do povo negro, tão vilipendiado pelos brancos opressores em tenebrosas transações feitas desde as mais remotas civilizações. Zé Manoel canta História antiga com dor, mas também com a esperança de que, um dia, essa história soe realmente antiga. ♪ Eis a letra de História antiga, composição de Zé Manoel: Fecho os olhos e me lembro de uma história Que me dá vontade de chorar, me dá vontade de chorar. Quantas vezes nossas lágrimas secaram, Mas no peito havia dor e a gente se calou. Num país com armas apontadas, Políticas ultrapassadas E olhares atravessados para nós. Houve um tempo em que a canção não impedia Mais um jovem negro de morrer, Por conta da sua cor. Uma história tão antiga em 2019, De uma civilização antiga em 2019. Fecho os olhos e me lembro de uma história Que me dá vontade de chorar, me dá vontade de chorar. Quando 80 tiros carregaram para sempre Da mulher o seu marido, o seu melhor amigo. Quando as armas de um estado genocida Procuravam nossos filhos e roubaram seus futuros, suas vidas. Houve um tempo triste em que os olhos não sabiam enxergar a nossa dor, Mas viam nossa cor. Uma história tão antiga em 2019, De uma civilização antiga em 2019. Hoje vivo num futuro construído por meus pais, Ficam histórias e heranças, tesouros ancestrais. Meu presente foi sonhado, muitos, muitos anos atrás Pela mão do povo negro, pela mão do povo indígena, Salve rei Xangô e seu reino, Terra de paz e Justiça, Terra de paz e justiça, Terra de paz e justiça.