Crescimento foi de mais de 2.000% na comparação com abril, resultado do retorno das atividades nas fábricas, paralisadas por cerca de 3 meses pelo coronavírus. Produção de veículos na fábrica da Hyundai, em Piracicaba (SP) Divulgação/Hyundai A produção de veículos no Brasil cresceu 2.232% no último mês de maio na comparação com abril, mas ainda registra um tombo de 84,4% em relação a maio de 2019. Os números foram divulgados nesta sexta-feira (5) pela associação das fabricantes, a Anfavea. Na prática, o crescimento impactante reflete apenas o retorno das atividades de algumas fábricas. No mês de abril, praticamente todas ainda estavam paralisadas como medida de distanciamento social pela pandemia do coronavírus. Emplacamentos crescem em maio, mas caem em relação a 2019, diz Fenabrave Montadoras paralisam atividades por causa do coronavírus Em maio, foram produzidos 43.080 automóveis, comerciais leves (picapes e furgões), caminhões e ônibus, contra 1.847 do mês anterior. No mesmo período de 2019, a produção foi de 275.747 unidades. "É o pior maio desde 1992", disse Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea. O acumulado do ano também teve resultados negativos, por consequência. A variação foi de 49,2% para menos, passando de 1.241.155 em 2019, para 630.819 em 2020. “Embora junho sinalize algum retorno mais efetivo às atividades, teremos sem dúvida o pior trimestre da história do setor automotivo. Resta esperar por uma reação no segundo semestre capaz de evitar maiores danos à cadeia automotiva”, disse Luiz Carlos. Por segmento Os melhores e os piores números ficaram para os veículos leves (automóveis e comerciais leves), com crescimento de 3.507% em relação a abril e queda de 85,6% a maio do ano passado. Entre os caminhões, houve subida de 906% e caída de 63,9%, respectivamente. Os ônibus, com menores números absolutos, têm recuperação e quedas menores, de 208% e 56,1%. Exportações não sobem Apesar da retomada das atividades e da aparente recuperação da indústria, as exportações permanecem com resultados negativos em todas as comparações. A Argentina, principal importadora de veículos do Brasil, ainda segue rígidas regras de isolamento social pela Covid-19. Em relação a maio do ano passado, os números despencaram 90,8% (de 42.126 para 3.870). Comparando com abril, que registrou 7.212 veículos exportados, a queda foi de 46,3%. No acumulado, a variação negativa foi de 44,9%. Entretanto, os segmentos de caminhões e ônibus tiveram mais unidades enviadas para fora do país. Os caminhões viram os números subirem 193% e, os ônibus, 280%. Licenciamentos Os licenciamentos apresentados pela Anfavea tiveram números semelhantes aos dos emplacamentos, divulgados pela Fenabrave. Houve uma queda de 74,7% na comparação com maio de 2019, mas crescimento de 11,6% em relação a abril de 2020. No acumulado a queda é menor, de 37,7%. Perspectivas para 2020 Para Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea, ainda não é possível fazer projeções para exportações, já que cada país enfrenta a pandemia de formas diferentes, e produção, com as fábricas retomando as atividades em datas e velocidades diferentes. No entanto, a associação apresentou uma perspectiva para os licenciamentos, que devem voltar ao mesmo patamar de 2004. A previsão é de que o ano de 2020 termine com 1,675 milhão de veículos licenciados, um recuo de 40% em relação a 2019.