A maior parcela perdeu mais da metade dos proventos no início das políticas de isolamento social por conta da pandemia do novo coronavírus. Franquias devem fechar mais empresas do que abrir, diz ABF Segundo estudo da Associação Brasileira de Franchising (ABF), quase 70% das franquias brasileiras perderam faturamento na segunda quinzena de março em relação ao mesmo período de 2019. Os resultados fazem parte da Pesquisa de Desempenho Setorial, divulgada nesta semana. O derretimento corresponde ao período de início das políticas de isolamento social em meio à pandemia do novo coronavírus. Empréstimos, demissões, contas atrasadas, financiamento coletivo: negócios tentam sobreviver enquanto crise do coronavírus se arrasta A maior parcela das franquias perdeu mais de 50% do seu faturamento no período, somando 28,1% dos entrevistados. Outros 21,6% tiveram redução de 25% a 50% dos ganhos. Cerca de 8% afirma que o faturamento continuou estável e 24% tiveram algum ganho. Faturamento das franquias no 1º trimestre de 2020 G1 Economia Mesmo com o baque no fim da medição, as franquias registraram leve alta no comparativo entre trimestres: 0,2%. Em números, passou de R$ 41,464 bilhões em 2019 para R$ 41,537 bilhões em 2020. Ainda no trimestre, o número de unidades no setor de franquias foi 2,5% maior que o mesmo período de 2019, com 161.141 unidades em operação. Em relação ao trimestre anterior, o aumento foi de 1%. “Nossa pesquisa mostra que o setor estava com um bom desempenho em janeiro e fevereiro, mas em março o declínio devido à pandemia ocorreu de forma muita rápida”, afirma André Friedheim, presidente da ABF, em nota. "Notamos também que algumas empresas deixaram o sistema ou suspenderam planos de expansão por meio do franchising, o que acabou se refletindo nestes números", diz. "Por isso a importância dos programas governamentais de estímulo, especialmente as linhas de crédito destinadas aos pequenos e médios empresários.” Adaptação rápida Dos segmentos que foram bem no trimestre, os melhores desempenhos foram de setores essenciais durante a crise. Serviços Automotivos teve crescimento no faturamento de 7,4%, já que a tendência é de depreciação da frota. Comunicação, Informática e Eletrônicos subiu 6,9%, com as pessoas em casa por mais tempo. Limpeza e Conservação teve alta de 5,6%, Casa e Construção, de 3,6%, e Serviços Educacionais, 3,5%. Para a ABF, parte do impacto no faturamento geral com o início da pandemia foi absorvido pela adaptação rápida das franquias a medidas como adoção de delivery e desenvolvimento de plataformas de vendas pela internet. Dos entrevistados, 89% afirmam ter implementado serviços de entrega online, 86% têm franqueados operando apenas com entregas, e 78% adotaram o e-commerce. Além da inovação, 47% dizem que pretendem manter planos de expansão, mesmo com uma crise em curso.